O Presidente não referiu o acordo político, mas abordou a questão das manifestações, apelando para a "vigilância" para "bloquear o caminho de todos aqueles que desde há muitos anos se servem do pretexto das eleições, e que hoje se sentem tentados a recorrer à violência para interromper o processo democrático em curso e fazer com que o país mergulhe no desconhecido".
Na sua nota, Guterres foi explícito quanto a esta questão: o Governo da RDC deveria estar empenhado em respeitar o acordo com os bispos e realizar eleições. O secretário-geral da ONU "exortou todos os atores políticos congoleses a que continuem plenamente empenhados na aplicação do Acordo Político de 31 de dezembro de 2016, que continua a ser o único caminho viável, antes de eleições, para uma alternância pacífica do poder e para a consolidação da estabilidade na República Democrática do Congo". A polícia congolesa deu conta de três civis mortos em Kinshasa, enquanto o governo anunciou que um polícia foi morto na capital. As forças de segurança congolesas dispersaram - inclusivamente usando gás lacrimogéneo - grupos de pessoas que pretendiam manifestar-se contra o poder. Em Kananga, na região do Kasaï (centro), um homem foi morto a tiro por militares que abriram fogo sobre os católicos, que marchavam contra o Presidente Kabila. Além do aparato policial e militar nas ruas, as autoridades cortaram ruas e também o acesso à Internet, numa tentativa de sufocar os protestos e as "marchas pacíficas" contra o chefe de Estado. Kabila está no poder desde janeiro de 2001, após o assassínio do seu pai, Laurent-Désiré Kabila, em plena guerra civil no país.
Agência Lusa, ms/cp
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