Fórum destaca o potencial do mercado plus size. Palestras abordam soluções para o varejo de moda e calçados. Trio de belas famosas marca presença. Novos nichos dentro do segmento plus size atendem aos diferentes estilos de vida dos consumidores e garantem a geração de novos negócios.
O boom do mercado plus size nos últimos anos criou oportunidades de negócios de moda para empresas que desejam apostar neste segmento. Durante o Fórum Couromoda/São Paulo Prêt-à-Porter 2018, o presidente da Associação Brasil Plus Size, Douglas Ferreira, falou sobre o potencial deste setor que valoriza a autoestima e experiência de compra dos consumidores.
Não é à toa que este segmento conta com faturamento estimado de R$ 7 bilhões, com expectativa de crescimento de 8,1% ao ano. Hoje, o país conta com 56,4 milhões de mulheres que vestem roupas com numeração a partir do 46, mesmo com a variação de tamanhos entre as diferentes confecções. O setor conta, ainda, com 7.178 lojas físicas e 208 online que disponibilizam suas peças via e-commerce.
Segundo Ferreira, o avanço no mercado plus size se deve a abertura de novos nichos, que não se resume apenas a peças de vestuário, contemplando também acessórios e até itens de segurança. "As empresas que apostam nessa categoria passaram a entender melhor o comportamento dos seus clientes, que desejam produtos aliados a informação de moda", explica.
O especialista contou que, nos últimos anos, essas marcas deixaram de investir apenas em roupas pretas e soltas que escondem as curvas e começaram a valorizar os reais desejos dos novos consumidores. "Eles são conectados e buscam peças com modelagem, conforto, materiais de qualidade e tendências de moda", afirma. E é justamente esse o futuro das empresas que apostam no plus size: resgatar a importância da experiência de compra de um cliente que está reaprendendo a consumir.
Oportunidade para as marcas
Para Meline Moumdjian, consultora de moda da Sapatada, esse é momento para as empresas se adequarem às necessidades desse nicho de mercado. "A tendência de moda é igual para todas as mulheres, mas o grande desafio da indústria é adequar o calçado para a largura dos pés e não ao comprimento", afirma.
A gaúcha Usaflex é tradicional na oferta de calçados confortáveis, exclusivos para pés largos. "O nosso desafio é trazer moda sem perder o DNA de conforto. Para isso, aliamos o uso de tecnologia de conforto na confecção de calçados de moda, trazendo um mix de cores mais modernas e combinações de materiais e aplicações variadas de couro e metais para chegar a um resultado mais fashion", explica Barbara Petry, estilista da Usaflex.
Kazue Arakaki, proprietária da Eruption Jeans, enxergou o potencial do mercado plus size em 2005 e hoje oferece peças com numeração até 66. A marca faturou R$ 1,3 milhão no ano passado e a expectativa é crescer 10% em 2018. "Cerca de 90% do resultado veio desse nicho e a cada ano sentimos a exigência dos clientes aumentar. Para suprir com rapidez, lançaremos uma loja online em fevereiro. Nossa comunicação será 100% digital, apostando no relacionamento mais próximo com os lojistas. Não podemos mais esperar que eles venham atrás de nós", explica a empresária. No segundo dia do Fórum Couromoda/São Paulo Prêt-à-Porter, especialistas compartilharam informações que vão das tendências do marketing de moda ao conceito de "Costumer Centricity".
Com novo formato, que prioriza palestras mais curtas e simultâneas, o Fórum Couromoda/ São Paulo Prêt-à-Porter apresentou no segundo dia de evento temas pontuais para o varejo de moda e calçados. Especialistas em diversas áreas levaram aos lojistas informações atualizadas sobre o mercado e suas particularidades, desde assuntos relacionados à importância da comunicação comdigital influencers até detalhes sobre o conceito de "Costumer Centricity".
Rafael Terra, consultor e jornalista especializado em marketing digital, falou sobre as estratégias para encontrar e engajar os influenciadores digitais certos de acordo com o perfil de cada marca. "As pessoas não acreditam mais em logos, mas acreditam em pessoas. A interação com os influencers é uma forma de humanizar a marca", disse.
Já Clara Bianchini, empreendedora e consultora de inovação colaborativa da CO-VIVA, explicou como funciona o "Costumer Centricity", onde as empresas deslocam o cliente para o centro da operação. Fazendo um paralelo entre a Era Digital e os modelos de negócios de décadas passadas, a expert ressaltou os desafios das marcas numa época de múltiplas realidades e individualização do consumo. "O papel das empresas sofreu uma mudança significativa neste momento em que o consumidor é o centro do negócio. Hoje, elas precisam conceber ferramentas para facilitar o novo estilo de vida que uma pessoa deseja viver", afirmou.
"A passarela como construção de marcas de moda" foi tema da palestra ministrada pelo designer, produtor de moda e figurinista Antonio Rabadan. Ele ressaltou a importância de integrar o que está nas passarelas com o ponto de venda, alinhando o mesmo conceito em toda a comunicação da marca para atingir resultados positivos nas vendas. Rabadan também analisou a mudança de conceito nas passarelas, que hoje vai além do desfile e engloba tudo o que acontece ao redor. "Passou a servir como plano de fundo para as pessoas que estão lá e realmente se comunicam com o público da marca", destacou.
Para abordar "O e-commerce e as lojas virtuais", Daniel Dias, Especialista em Gestão de E-commerce & E-business e sócio-diretor da 360° Varejo, desmistificou as principais causas de sucesso e fracasso que envolvem o planejamento e gestão de uma loja virtual e apontou as tendências para esse modelo de negócios. "As mudanças de comportamento do consumidor farão com que as marcas apostem cada vez mais no marketing digital para atender aos desejos dos clientes – o que ele quer, na hora que ele quer. Com isso, o modelo omnichannel será fundamental para manter presença, realizar vendas e ampliar o diálogo", explica o especialista.
Karina Kotake, especialista em marketing estratégico de consumo nos mercados de moda e beleza, realizou a palestra "Tendências do Marketing de Moda 2018" e deu dicas valiosas para que as empresas calçadistas foquem em estratégias de marketing digital. "Com a internet e a tecnologia, surgem a cada dia novas tendências e formas de consumo e o grande desafio do marketing é buscar formas de interagir e compreender esse novo consumidor. O 'Figital', por exemplo, que une o físico ao digital, já é uma realidade. Outras oportunidades para agilizar a comunicação e as vendas estão no WhatsApp Business, na realidade aumentada e na flexibilização dos padrões de beleza para aproximar os consumidores das marcas", explica Karina.
Já a palestra "Shoes & Bags: A beleza dos acessórios na imagem da moda", apresentada por Meline Moumdjian, fez um paralelo entre as peças e o impacto na imagem da mulher a partir da análise do feminino e seus aspectos emocionais. "Há um movimento global de valorização de uma atitude mais leve, com equilíbrio em vários aspectos da vida, e isso reflete na moda", diz a especialista.
Da Redação
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