A organização não-governamental ActionAid, com apoio do governo alemão, conduz ações de prevenção e combate a casamentos prematuros e gravidez precoce e promove o desenvolvimento da educação e dos direitos da mulher.O diretor da ActionAid em Moçambique, Abobacar Covela, afirma que já há resultado do trabalho que a organização realiza. "Podemos mostrar com esta mudança que estas crianças não são aquelas de ontem e o que nós estamos a dizer aqui é que se nós conseguirmos construir uma geração destas em cada distrito onde vamos estar, nos próximos 20 anos, estas crianças terão um pensamento diferente e vão construir uma sociedade diferente. Isto é o que Moçambique realmente quer", sublinha. Segundo Abobacar, a ActionAid trabalha também a nível estrutural para a revogação da ambiguidade da lei da família. A lei estabelece que o casamento deve ser depois dos 18 anos, mas diz, que com a permissão dos pais, a criança pode casar aos 16 anos.
Riscos à saúde
A governadora de Gaza diz que as uniões forçadas colocam as adolescentes em risco de contraírem fístulas obstétricas, entre outras doenças. Stela Pinto Novo Zeca condena as práticas culturais nocivas que violam os direitos das raparigas e pede que a sociedade denuncie estes males. "Ainda há muitos pais e avós que não compreendem a necessidade de deixar uma criança crescer e fazer as suas escolhas. Em muitas zonas do nosso país, nomeadamente Inhambane, Gaza e Maputo, temos ainda famílias que escondem questões ligadas à violação dos direitos da criança. Temos ainda famílias que arranjam marido para as raparigas quando têm 15, 16, 17 anos. São crenças que temos que condenar, porque os tempos já não permitem", explica. Na província de Gaza, os casamentos prematuros são mais acentuados nos distrito do Norte, enquanto as gravidezes precoces são mais frequentes nas regiões centro e sul, onde os aglomerados populacionais são maiores.
Carlos Matsinhe (Xai-Xai)cp
Comentários
Postar um comentário