A audição dos réus começa nesta quarta-feira
Setina Titosse, ex-Presidente do Fundo de Desenvolvimento Agrário (FDA), é considerada a arquiteta do caso de desfalque. Sobre ela recaem um total de 80 crimes. Titosse afirma, no entanto, ser inocente. "Está tudo bem. Espero que eles provem tudo que estão a dizer. Ainda gozo de inocência. Sinto-me inocente, bastante. Não estão reunidas as provas", falou a acusada num encontro com jornalistas, à entrada da sala de julgamento. São ainda indiciados de envolvimento no caso de desfalque alguns antigos gestores da instituição, contabilistas, engenheiros agrônomos, um técnico aduaneiro, empresários e um cidadão do Uganda. Parte considerável dos fundos provenientes do desfalque teriam sido aplicados no ramo imobiliário, sobretudo em zonas turísticas. A sessão desta terça-feira foi dedicada à leitura da acusação, com o Ministério Público a acusar os réus de terem simulado financiamentos a projetos agropecuários forjados para beneficiarem das verbas desviadas. Num documento com 64 páginas, a acusação visou principalmente a ex-presidente da FDA, entidade tutelada pelo Ministério da Agricultura, acusando-a de ter mobilizado familiares, amigos e terceiros para a abertura de contas bancárias usadas para drenar o dinheiro. Os acusados respondem em liberdade, após serem beneficiados com "habeas corpus". Eles também pagaram caução e assinaram termo de identidade e residência, modalidades previstas no Código Penal e na Constituição da República.
Autoria Leonel Matias (Maputo)cp
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