"Hospitais filantrópicos podem fechar as portas na 6ª; ministro aponta que solução depende do Governo do Estado"

A situação caótica na saúde pública de Mato Grosso deverá continuar por mais algum tempo, e qualquer solução depende de entendimentos no próprio Estado.  Nesta quarta-feira, 17, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que tem cumprido com os repasses para Mato Grosso “rigorosamente em dia”. O comunicado foi feito aos diretores de hospitais filantrópicos, que correm o risco de fechar as portas, e aos parlamentares da bancada federal, em audiência intermediada pelo senador Wellington Fagundes (PR-MT) e pelo suplente José Augusto Curvo, “Tampinha”, que também é médico.

Barros afirmou no encontro que o Ministério da Saúde não pode comprometer-se em aumentar o valor que já é destinado. “Eu preciso entender o que está acontecendo em Mato Grosso. Vou enviar um assessor técnico da Secretaria de Atenção à Saúde ao Estado amanhã (17.08), para que ele vá in loco e nos traga um relatório de toda a situação”.
De acordo com a presidente da Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas de Mato Grosso (Fehosmt), Maria Elisabeth Meurer, na próxima sexta-feira (18.08), quatro hospitais podem paralisar o atendimento de pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por conta da falta de repasse por parte do Governo do Estado. São eles: o Hospital Geral Universitário (HGU), Hospital Santa Helena (HSE), e as Santas Casas de Rondonópolis e Cuiabá, que juntos totalizam mais de 800 leitos, destes, 180 de UTIs. Os atrasos superam os R$ 10 milhões.
O líder da bancada de Mato Grosso, Victório Galli, destacou que em seis meses sem receber repasses, os hospitais filantrópicos estão sem remédios para os pacientes. “Essa é uma situação inadmissível, pois são essas instituições que realizam 86% dos atendimentos do SUS”.
Para se ter uma ideia do prejuízo para a população, os centros de saúde realizam, juntos, mais de 2500 atendimentos por mês. O HGU, sozinho, é responsável pela realização de mais de 80 cirurgias cardíacas e neurológicas mensalmente. Já a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá realiza quase 800 partos no mesmo período.
Cobrança
Desde a última semana, o senador Wellington Fagundes tem feito duras críticas e se mostrado indignado com a situação dos hospitais filantrópicos em Mato Grosso. “Eu sempre tenho dito que governar é a arte de saber priorizar. E a vida das pessoas, eu acredito, é a maior de todas. Então, nós queremos cobrar do Governo do Estado que priorize esses recursos, principalmente para salvar vidas” - apelou.
Da assessoria

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