Candidatos concedem entrevistas paralelas na TV. Chanceler fala em investir mais na educação enquanto oponente socialdemocrata parte para o ataque.A menos de um mês da eleição federal alemã, a chanceler e candidata à reeleição Angela Merkel e seu principal oponente, o socialdemocrata Martin Schulz, travaram neste domingo (27/08) uma espécie de debate indireto ao concederem entrevistas paralelas a dois canais de TV locais. Foi uma espécie de aperitivo para o verdadeiro debate, que está previsto para 3 de agosto.
Merkel, que está à frente nas pesquisas – algumas apontam que sua liderança alcança 16 pontos percentuais -, disse à rede ZDF que quer continuar a governar a Alemanha para ajudar a melhorar a riqueza e segurança de seus habitantes, além de fortalecer a solidariedade entre diferentes setores da sociedade. Sem correr riscos na entrevista, ela também falou em investir mais em educação na promoção de carros elétricos.
Ela também evitou citar seu principal oponente, repetindo mais uma vez a estratégia que tem sido usada pela sua campanha: ignorar Schulz. Apenas em um momento, quando perguntada pelos entrevistadores sobre as críticas feitas recentemente pelo socialdemocrata, ela citou Schulz. "Estou feliz em servir como chanceler e por isso estou competindo com Martin Schulz”, disse ela.
Ataques
Já Schulz, que concedeu entrevista em um estúdio da ARD a menos de um quilômetro de onde Merkel falava com jornalistas, assumiu uma postura mais agressiva. Ele afirmou que o comportamento de Merkel lhe trouxe lembranças sobre os últimos anos de Helmut Kohl à frente da chancelaria no final dos anos 90.
Segundo Schulz, o antigo padrinho político de Merkel, havia se isolado dos eleitores em seu quarto mandato. "Mais e mais pessoas estão notando o quão distante ela é. Esse tipo de distanciamento vai mobilizar meus eleitores”, disse.
Ele também afirmou que os conservadores democratas-cristãos de Merkel simplesmente tem feito uma campanha personalista no estilo "nós temos Angela Merkel e isso é suficiente para o futuro”, sem apresentar outras ideias e planos.
Ele também acusou a campanha da chanceler de usar a estrutura de transporte e segurança do governo federal para fazer campanha pela Alemanha apenas pagando uma fração dos preços praticados pelo mercado. "Ela está usando a infraestrutura do Estado para voar para seus eventos de campanha por um preço de barganha”, disse.
Schulz também rejeitou a possibilidade de seu partido continuar em uma coalizão com Merkel pelos próximos quatro anos. "Eu não quero continuar em uma grande coalizão.”
Ex-presidente do Parlamento Europeu, Schulz tem redobrado às críticas a Merkel nas últimas semanas para tentar diminuir sua desvantagem em relação à chanceler que comanda a Alemanha desde 2005. Nesta semana, uma pesquisa apontou que o partido de Merkel conta com 38% das intenções de voto, contra 22% dos sociais-democratas de Schulz.
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