No comício de encerramento de sua campanha eleitoral em Luanda, o candidato disse que, se for eleito, uma prioridade será "usar os recursos do país em benefício de todos os cidadãos". Ele também pediu a confiança dos angolanos para pôr um fim a "42 anos de sofrimento e má governação".
Chivukuvuku ainda falou numa "coligação à angolana" com União para a Independência Total de Angola (UNITA). Além disso, assegurou que uma eventual aliança com o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) só seria possível se o atual partido no poder tivesse "mais patriotismo e, sobretudo, mais sensibilidade para com os cidadãos" – "um MPLA diferente", ressaltou.
"Geringonça angolana"
Questionado pela agência Lusa sobre se se referia a um MPLA (no poder desde 1975) com líderes diferentes dos atuais (o presidente do partido, José Eduardo dos Santos, e o vice João Lourenço), Abel Chivukuvuku respondeu negativamente. "O que conta não são as pessoas, o que conta são as atitudes, o compromisso com os cidadãos", disse o líder CASA-CE.
"42 anos de sofrimento e má governação"
Enquanto falava a milhares de pessoas que se aglomeravam desde as primeiras horas da manhã no Largo das Escolas, no centro da capital, Abel Chivukuvuku pediu que os angolanos confiassem num Governo de mudança, que trabalhe "para todos os cidadãos".
"Foram 42 anos de sofrimento e de má governação. Não podemos ser um país potencialmente rico, mas habitado por cidadãos pobres", disse.
"Acabar com a corrupção, acabar com o desperdício. Acabar com a insensibilidade", disse o cabeça-de-lista da CASA-CE, que deixou ainda uma palavra para a grande maioria de jovens presentes no comício da tarde deste domingo.
"A maioria da nossa população é jovem. Quem quiser realizar Angola tem de apostar na juventude. Não tenho dúvidas de que a juventude angolana saberá dizer 'Pronto!' nodia 23", realçou.
Juventude domina comício em Luanda
O comício de encerramento da campanha eleitoral da CASA-CE, com grande participação da juventude, demonstrou a força jovem conquistada pelo partido. Patrícia Beatriz veio do bairro de Cazenga com a irmã e acredita que Chivukuvuku pode fazer a diferença caso ganhe as eleições.
"Acho que ele é um bom líder, merece. Para nós que vivemos nos bairros, nos guetos, haverá mais escolas, posto de saúde, água para todos e energia", diz a jovem de 22 anos, vestida a rigor com uma camisa amarela com a cara do candidato.Para Patrícia, que se estreia a votar, o MPLA já não é solução, com ou sem o histórico José Eduardo dos Santos. "O MPLA? Talvez no princípio [pudesse fazer o que é preciso], mas depois vai continuar tudo o que já era", afirma.
Um pouco à frente, Manuel Adão Pedro, de 22 anos, aproveita o recinto do comício para "vender picolé" (gelados).
"Sou da província do Cuanza Norte e é a primeira vez que estou em Luanda. O meu pai morreu, a minha mãe morreu. A família vendeu a casa dos meus pais e eu estou na rua. Saí da província e vim para Luanda para poder sustentar o meu irmão", disse à reportagem da Lusa.
"Vendo picolé para ver se consigo sustentar a minha família, mas durmo na rua, como na rua", diz, apontando para o pequeno carrinho, decorado com duas bandeiras do CASA-CE, amarela com o mapa de Angola a azul e 18 estrelas brancas, uma por cada província do país.
Eleições angolanas
As eleições gerais em Angola acontecem na próxima quarta-feira, 23 de agosto. Além da CASA-CE, MPLA e UNITA, também concorrem o Partido de Renovação Social (PRS), Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e Aliança Patriótica Nacional (APN).
A Comissão Nacional Eleitoral de Angola constituiu 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto, algumas a serem instaladas em escolas e em tendas por todo o país, com o escrutínio centralizado nas capitais de província e em Luanda, estando 9.317.294 eleitores em condições de votar.
Autoria Agência Lusa, tms/cp
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