"Polícia turca reprime parada do orgulho gay"

Türkei Ausschreitungen in Istanbul (Reuters/M. Sezer)Forças de choque usaram balas de borracha para dispersar participantes em Istambul. Demonstração havia sido proibida pelas autoridades. A polícia turca agiu no centro de Istambul neste domingo (25/06) para fazer valer a proibição à parada anual do orgulho gay e transgênero. Equipados com escudos e capacetes, policiais fecharam as entradas para a rua Istiklal, onde organizadores planejaram realizar a marcha antes de as autoridades anunciarem sua proibição, no sábado, citando problemas de segurança após ameaças de um grupo ultranacionalista.
Apesar da proibição, pequenos grupos reuniram-se nas ruas próximas com bandeiras de arco-íris, símbolo do orgulho lésbico, gay, bissexual e transgênero. A polícia entao atirou com balas de borracha para dispersar um grupo, disseram testemunhas, e prendeu pelo menos dez pessoas, segundo os organizadores.
Imagens publicadas na internet indicam que os policiais também atiraram gás lacrimogêneo.
Histórico
Este é o terceiro ano consecutivo que as autoridades proíbem a manifestação. Em 2014, a Parada do Orgulho Gay de Istambul atraiu dezenas de milhares de pessoas e se tornou um dos maiores eventos LGBTI (lésbicas, gays, transexuais, bissexuais e intersexuais) do Oriente Médio.
A partir de 2015, a marcha passou a ser proibida. Segundo a associação LGBTI que tentou organizar o evento, as autoridades a proibiram porque coincidia com o mês do Ramadã.
Em 2016, a manifestação foi proibida alegando motivos de segurança, já que o país acabava de sofrer vários atentados relacionados ao grupo extremista Estado Islâmico (EI) e aos separatistas curdos.
A polícia utilizou gás lacrimogêneo e balas de borracha nos últimos dois anos para dispersar os manifestantes que não aceitaram a proibição.
Este ano, o desfile coincide com o Eid al Fitr, dia que marca o fim do Ramadã, o mês do jejum sagrado muçulmano.
Antes a prefeitura de Istambul anunciar a proibição, vários grupos conservadores e de extrema-direita fizeram ameaças contra os organizadores.

Da Redação DW/CP

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