Governo italiano disponibiliza até 17 bilhões de euros para resgatar o Veneto Banca e o Banca Popolare de Vicenza. Comissão Europeia consente plano de liquidação administrativa das duas instituições. O governo da Itália comunicou estar disposto a gastar até 17 bilhões de euros para resgatar os bancos Veneto Banca e Banca Popolare de Vicenza (BPVI). O plano proposto pelas autoridades italianas foi rapidamente aprovado pela Comissão Europeia.
O Executivo presidido pelo premiê italiano Paolo Gentiloni realizou no domingo (25/06) uma reunião extraordinária na qual foi aprovado o decreto que estabelece a liquidação administrativa de ambas instituições bancárias em dificuldades.
Na sexta-feira, a Junta Única de Resolução Europeia (JUR) ordenou a liquidação das entidades depois que o Banco Central Europeu (BCE) declarou que ambas são inviáveis ou estão a caminho de sê-lo. O banco Intesa Sanpaolo controlará os dois bancos liquidados administrativamente, segundo confirmou Gentiloni, que destacou que, deste modo, se protegerá os clientes e os acionistas dos dois bancos.
"Esta crise alcançou níveis que tornaram necessária esta intervenção", declarou Gentiloni em entrevista coletiva. Ele ressaltou que a decisão é "muito importante, muito urgente e necessária" e que, deste modo, se evita uma "quebra desordenada".
Além disso, Gentiloni disse que a decisão contribuirá para "a boa saúde do nosso sistema bancário, da sua eficácia" e relacionou a aprovação do decreto com a intenção de "não impedir o caminho da recuperação econômica". Apesar da intervenção, entre 3.500 e 4 mil funcionários bancários podem perder seus empregos.
O ministro da Economia e Finanças, Pier Carlo Padoan, confirmou que não haverá "nenhuma interrupção da atividade" dos dois bancos, facilitada pela intervenção do Intesa Sanpaolo, que participará da operação por meio da aquisição dos ativos saudáveis das duas entidades.
Padoan disse que o governo pode pagar até 17 bilhões de euros, embora o custo imediato seja levemente superior a 5 bilhões de euros. O Intesa receberá do Estado cerca de 4,8 bilhões de euros como "antecipação de caixa", destinados às operações "necessárias para manter a capitalização e o reforço patrimonial" da entidade frente à compra dos bancos liquidados.
Outros 400 milhões de euros serão reservados como garantia para o Intesa. O restante do dinheiro disponibilizado – cerca de 12 bilhões de euros em garantias – seria usado para cobrir o enorme buraco nas finanças do Veneto Banca e do BPVI, devido a empréstimos ruins.
A União Europeia (UE) aprovou o plano rapidamente. "A Comissão Europeia aprovou, de acordo com as normas da UE, medidas italianas para facilitar a liquidação do BPVI e Veneto Banca de acordo com a legislação nacional de insolvência."
No início do mês, a autoridade antitruste da UE aprovou o resgate do terceiro maior e mais antigo banco da Itália, o Monti dei Paschi di Siena.
PV/efe/rtr/afp/ap
Comentários
Postar um comentário