Candidato social-democrata acusa Merkel de "atentado à democracia"

Concorrente de Merkel ao governo Martin Schulz (c.) fala em congresso partidário do SPDMartin Schulz denuncia indefinição do governo democrata-cristão e esforços para desencorajar a participação nas urnas nas eleições gerais. Ex-premiê Gerhard Schröder também ataca Merkel, falando a delegados do SPD. No congresso do Partido Social-Democrata alemão (SPD) deste domingo (25/06), em Dortmund, o candidato à chefia de governo Martin Schulz atacou duramente a chanceler federal Angela Merkel. Na ocasião, a legenda apresentou seu programa para as próximas eleições gerais, agendadas para 24 de setembro.
Segundo o social-democrata, a também presidente da União Democrata Cristã (CDU) evitaria discutir conteúdos, "acalentando" assim os eleitores. Tanto a Chancelaria Federal quanto a central democrata-cristã se esquivariam sistematicamente do debate sobre o futuro da Alemanha.
A CDU até mesmo incentivaria, consciente e intencionalmente, que menos cidadãos vão às urnas, afirmou Schulz, já que uma menor participação eleitoral prejudica os demais partidos. "Talvez é o que se chama, nos meios de Berlim, de desmobilização assimétrica. Eu chamo isso de um atentado contra a democracia."
Nos últimos anos, com essa tática Merkel teria conseguido se esquivar de se manifestar ou de se comprometer, porém "não mais no ano 2017", frisou o ex-presidente do Parlamento Europeu. Seu desafio é "configurar a virada, e ao mesmo tempo providenciar para que haja justiça". A "missão" do SPD seria "assegurar a dignidade humana em tempos de rupturas violentas, orientar o progresso, mas sempre colocando os seres humanos no centro".
Entre os desafios que vê pela frente, Martin Schulz citou "a questão de como transformar as inovações tecnológicas e econômicas em progresso social" e "como mantermos coesa a nossa sociedade numa época de mudanças meteóricas". Além disso, disse visar o fortalecimento da Europa democrática e "como podemos assegurar a paz, num mundo em que a paz está ameaçada".

Da Redação DW/CP

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