O jornal norte-americano informa, na sua edição de sexta-feira (28.04.), que a empresa de consultoria Kroll continua a ter dificuldades em saber onde está todo o dinheiro das dívidas ocultas moçambicanas, cerca de 1,2 mil milhões de euros.
Ainda segundo a publicação, inicialmente os auditores internacionais enfrentaram dificuldades na obtenção de informações das autoridades moçambicanas bem como da Privinvest, uma empresa pertencente ao libanês Iskandar Safa, contratada para fornecer equipamento militar e outros bens a uma das empresas envolvidas no caso.
PGR com dificuldades de acesso a algumas contas
O artigo do The Wall Street Journal refere ainda a dificuldade da Procuradoria Geral da República (PGR), em aceder a contas de prováveis envolvidos na dívidas no Dubai.Estas informações contrariam o comunicado da PGR de que o terceiro adiamento da divulgação da auditoria se deve apenas a aspetos de ordem formal, como por exemplo a necessidade de tradução do documento para português. E se a dificuldade de acesso às contas persistir pode comprometer a investigação, considera o diretor do IESE (Instituto de Estdos Sociais e Económicos), Salvador Forquilha.
Solicitada quebra de sigilo bancário
A nível interno, a PGR terá também solicitado a quebra do sigilo bancário para o caso de altos funcionários do Estado e/ou seus próximos que terão lidado com os empréstimos ilícitos, como por exemplo de Armando Guebuza, ex-Presidente do país. Mas o jornal norte-americano não acredita que tal acesso seja suficiente para rastrear o percurso do dinheiro, uma vez que a maior parte não entrou em Moçambique.
Mas as dúvidas não são apenas em relação ao processo em si, o próprio modelo de auditoria levanta muitas questões."É uma questão de reputação. A Kroll não pode vir dizer que não conseguiu porque o tempo não foi suficiente. Isto significa que o Governo moçambicano se estaria a colocar nas mãos da kroll", comenta o economista Roberto Tibana.
Face aos factos disponíveis Salvador Forquilha tem alguns receios. "Obviamente que o risco de descredibilizar os resultados do relatório é muito grande", conclui Salvador Forquilha.
Autoria Nádia Issufo
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