Estudo da Universidade de Washington aponta que aspectos como renda e educação afetam fortemente a expectativa de vida. Nos EUA, habitantes de regiões mais ricas vivem até 20 anos mais que os de regiões mais pobres. Renda, nível de instrução e classe social determinam muito mais a expectativa de vida do que fatores como hereditariedade e problemas de saúde, segundo uma pesquisa da Universidade de Washington, em Seattle, divulgada nesta semana. O estudo publicado pela revista especializada Jama International Medicine aponta que fatores sociais afetam fortemente a saúde e a expectativa de vida. Os moradores das regiões mais pobres dos Estados Unidos, por exemplo, morrem em média 20 anos mais cedo do que aqueles que vivem em lugares mais abastados.
A diferença da expectativa de vida por região aumentou consideravelmente sob efeito da disparidade social nos últimos 35 anos, afirmam os autores da pesquisa.
"As dimensões desse contraste exigem que algo seja feito o mais rápido possível. Se essa tendência continuar, a lacuna entre pobres e ricos e entre saudáveis e doentes vai crescer ainda mais", alertou a pesquisadora Laura Dwyer-Lindgren. Segundo ela, o fim do Obamacare tende a piorar a situação, deixando milhares de pessoas sem condições de pagar por assistência médica.
Em geral, desde 1980, a expectativa de vida nos EUA aumentou de 73,8 para 79,1 anos de idade. Ainda assim, em alguns lugares, como Dakota do Sul e do Norte, sobretudo nas reservas indígenas, e também no Mississipi, Kentucky e na Virgínia Ocidental, as pessoas não ultrapassam os 68 anos. Já ao longo da costa da Califórnia e em torno das metrópoles da costa leste, como Nova York, Boston e Washington, a expectativa de vida fica entre 82 e 85 anos.
Na Alemanha, segundo o jornal Süddeutsche Zeitung, que noticiou o estudo americano, as menores taxas de expectativas de vida estão nas cidades de Pirmasens, no estado da Renânia-Palatinado, Hof, na Alta Francônia, e Suhl, na Turíngia – assim como em comunidades no Vale do Ruhr e do leste da Alemanha.
A mais alta expectativa de vida no país registra-se na região de Starnberg, nos arredores de Munique, à margens do Lago de Constança e nos entornos de Freiburg. Nessas localidades, as pessoas vivem em média até os 84 anos de idade, ou oito anos a mais do que nas áreas mais pobres. Nas regiões com maior esperança de vida estão concentradas as maiores rendas médias. As pessoas têm dinheiro suficiente para obter uma boa formação, se comportar de maneira consciente em relação à saúde e ter tempo para lazer.
O Brasil também tem uma clara desigualdade entre regiões mais ricas e mais pobres, embora ela não seja tão acentuada quanto nos Estados Unidos. Segundo dados do IBGE, em 2015, o estado com maior expectativa de vida ao nascer no Brasil era Santa Catarina (78,7). Na outra ponta, estava o Maranhão com a menor esperança de vida ao nascer (70,3).
MB/kna/ots
Comentários
Postar um comentário