Em mais uma demonstração do processo de recuperação econômica do país, a balança comercial brasileira registrou em fevereiro o maior superávit para o segundo mês do ano desde 1989, quando a série histórica foi iniciada. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) nesta quinta-feira (2), no período, as exportações do Brasil superaram as importações em US$ 4,56 bilhões. As informações são de matéria publicada pelo portal de notícias G1.
De acordo com a reportagem, o bom resultado da balança comercial também foi verificado no acumulado do primeiro bimestre, quando o país registrou um superávit na relação entre exportações e importações de US$ 7,28 bilhões, o que também representa o maior valor desde 1989. Até então, destaca o G1, o recorde pertencia aos dois primeiros meses de 2006, ano em que o superávit foi de US$ 5,63 bilhões.
O economista e deputado federal Giuseppe Vecci (PSDB-GO) celebrou o bom resultado visto no início do ano, ressaltando que os números derivam da melhora no mercado das commodities que formam a base das exportações do Brasil.
“Esse resultado deriva-se da perspectiva da retomada do investimento, da grande produção de commodities oriundas do setor do agronegócio e da elevação dos preços de commodities da área mineral, especificamente em relação ao minério de ferro. Sei que nós tivemos um incremento pequeno também na exportação de manufaturados e, certamente, houve um volume muito maior de exportação comparativamente ao volume de importação”, analisou o parlamentar.
Ouvido pela reportagem do G1, o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Abrão Neto, também avaliou a importância do aumento dos preços de commodities para o resultado visto em fevereiro. “No ano passado, o preço do petróleo era o mais baixo desde 2004, o do minério de ferro era o menor desde 2005 e da soja de 2007. É quase que natural que ocorra recuperação desses preços”, apontou ele.
Ainda de acordo com os dados divulgados pelo MDIC, na comparação com fevereiro de 2016, as exportações do país cresceram 22,4%. Já as importações aumentaram 11,8% no mesmo período. Para Giuseppe Vecci, o Brasil pode elevar ainda mais esses números por meio de uma maior abertura comercial.
“Espero que a gente possa continuar tendo uma abertura comercial do Brasil para que a gente continue aumentando o nível de importação para poder inovar na nossa indústria, mas simultaneamente elevando ainda mais o volume de exportação – não só de commodities -, quer seja do setor de agronegócio ou mineral, mas também retomando o padrão que o pais já teve de exportação de manufaturados. Quer sejam manufaturados do setor da indústria, quer sejam de derivados do setor de gás, petróleo e etc que o país também produz”, argumentou.
Vecci também acredita que o Brasil pode aproveitar o espaço deixado pelos Estados Unidos a partir das mudanças na política externa adotadas pelo presidente Donald Trump para estreitar seus laços comerciais com outros países.
“Se nós tivermos competência, agora também nós vamos aproveitar esse vácuo que está ocorrendo em relação aos acordos feitos pelos Estados Unidos com países da Ásia e da América do Sul, e o Brasil aproveitará para poder retomar as negociações de maior volume de comércio internacional. Então isso também pode possibilitar uma abertura ainda maior”, afirmou o tucano.
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