Deputadas ressaltaram as conquistas e os desafios em torno da ampliação do calendário de vacinação do País. O calendário ampliado de vacinação de 2017 está disponível no portal do Ministério da Saúde, na internet.
Zeca Ribeiro
Conceição Sampaio: a nossa luta caminha para isto: falar de saúde pensando em prevenção, e não em doença
No início deste mês, o Ministério da Saúde anunciou o aumento do público-alvo de seis vacinas: HPV, Meningocócica C e Hepatite A, além da Tríplice e Tetra Viral, contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela, e da dTpa Adulto, contra difteria, tétano e coqueluche. No caso da Hepatite A, por exemplo, mantém-se a orientação de vacinar a criança até os 2 anos de idade, mas amplia-se a oportunidade para aquelas que têm até 5 anos.
A dTpa Adulto passa a ser recomendada para a mulher no vigésimo mês de gestação; e aquelas que perderem essa oportunidade também poderão ser vacinadas no pós-parto (puerpério). A Meningocócica C passa a ser disponibilizada para adolescentes de 12 a 13 anos. As mudanças no calendário ocorrem devido a novas evidências científicas e ao aumento da disponibilidade de vacinas no País.
Prevenção, e não doença
A presidente da Comissão de Seguridade Social da Câmara, deputada Conceição Sampaio (PP-AM), acompanhou as ações conjuntas do Legislativo e do Executivo que permitiram essa ampliação. "Neste ano, nós temos já quase R$ 4 bilhões para investimento em vacina, mais de 300 milhões de doses sendo oferecidas e 96% das vacinas oferecidas pelo SUS são produzidas no Brasil e podemos chegar a 100%”, observou a parlamentar.
Leonardo Prado
Erika Kokay: no caso das DST-Aids, queremos discutir o rolde políticas, que passa, inclusive, pelo enfrentamento a uma série de preconceitos
“A nossa luta caminha para isso: falar de saúde pensando em prevenção e não em doença. E claro que isso também é fruto de vários debates de colegas parlamentares que, por meio de audiências realizadas na Câmara dos Deputados, trazem esse tipo de assunto para a pauta nacional, nesse diálogo com o Ministério da Saúde. É uma conquista de várias mãos e quem mais acaba ganhando é a população", acrescentou Conceição Sampaio.
Além das audiências públicas citadas pela deputada, cerca de 50 projetos de lei tramitam na Câmara sobre a oferta de vacinas, tanto no SUS quanto nos planos de saúde. Há, por exemplo, propostas de incentivo à pesquisa e de ampliação de público-alvo.
Políticas públicas
Várias frentes parlamentares ligadas à saúde também priorizam o tema, como é o caso do grupo de enfrentamento às doenças sexualmente transmissíveis, HIV e Aids. A coordenadora da frente, deputada Erika Kokay (PT-DF), elogia a inclusão de meninos no público-alvo da vacina HPV, além das meninas de 9 a 14 anos. Mas, além de vacinação, Kokay cobra ênfase em políticas públicas e campanhas de conscientização.
"Que não tenhamos apenas avanços no processo de imunização, mas é importante que tenhamos uma série de ações para cada uma dessas patologias. No que diz respeito às DST-AIDS, queremos discutir o rol de políticas, que passa, inclusive, pelo enfrentamento a uma série de preconceitos”, afirmou Kokay. “Nós sabemos como houve resistências à vacina contra o HPV em meninas. Não temos como construir nenhuma política pública e reafirmar o Sistema Único de Saúde se tiver qualquer resquício de discriminação."
Conscientização
Coordenadora substituta do Programa Nacional de Imunização, Ana Gorete Maranhão também cobra a conscientização da população na procura dos postos e na manutenção das carteiras de vacinação.
"Com muito orgulho, a gente diz hoje que o calendário nacional de vacinação do Ministério da Saúde do Brasil contempla todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde. Hoje temos um calendário com 19 vacinas destinadas à toda a população brasileira. As vacinas estão disponíveis em 36 mil salas de vacinação do País", diz Gorete.
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Newton Araújo
Comentários
Postar um comentário