No Egito, Angela Merkel deverá falar sobre a guerra civil na vizinha Líbia, de onde muitas pessoas partem todos os dias em barcos rumo à Europa. A chanceler alemã deverá também abordar a questão de um possível acordo sobre os refugiados, como aconteceu com a Turquia, prevê Joachim Paul, diretor da Fundação alemã Heinrich Böll na capital tunisina Tunes."O Governo Federal e a União Europeia (UE) estão a fazer tudo para trazer uma mudança à política de migração. Neste contexto, a UE pretende que sejam tomadas medidas no norte de África para evitar que migrantes e refugiados atravessem o Mediterrâneo com destino a Itália e à Grécia", explica.
No entanto, a Human Rights Watch (HRW) apelou à chanceler alemã a não prosseguir com acordos que possam fazer com que os refugiados fiquem encurralados na Tunísia e no Egito. Países "que não podem garantir um tratamento digno ou um acesso significativo ao asilo", segundo a organização de defesa dos direitos humanos.
Críticas ao regime egípcio
"Duvido que o regime garanta a estabilidade, tendo em conta o atual Presidente e a situação económica, mas sobretudo a política de diretos humanos", explica.
O especialista lembra ainda que a segurança tem piorado em vez de melhorar. "E a luta contra o terrorismo não é apenas contra organizações jihadistas, mas tem sido também usada para eliminar a oposição política", conclui.
Combate ao terrorismo
Na Tunísia, Angela Merkel deverá centrar-se na questão do terrorismo, devido aos problemas que surgiram depois do atentado que fez 12 mortos em dezembro, em Berlim. O autor do atentado, o tunisino Anis Amri, viu o seu pedido de asilo rejeitado, mas não foi possível deportá-lo.
O Governo alemão garantiu que a chanceler Angela Merkel não irá abordar a possibilidade de criar no Egito ou na Tunísia campos para os refugiados que pretendem chegar à Europa – uma ideia avançada pela Áustria que já foi rejeitada por Berlim.
Stephanie Höppner, gs, AFP, Agência Lusa
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