Deputados da comissão externa que acompanha as ações sobre a epidemia de zika vírus cobraram maior articulação dos municípios na estratégia de combate ao mosquito montada pelo governo federal. Eles visitaram nesta terça-feira (8) a sala de operações destinada ao enfrentamento do vetor no Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), em Brasília.
Hoje, o mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus, está presente em mais de 4,5 mil municípios, conforme dados do sistema de monitoramento da Presidência da República. No entanto, as ações coordenadas a partir do Cenad alcançam apenas 105 desse total.
O trabalho é feito por meio de reuniões semanais de que participam representantes de sete ministérios, entre eles os da Educação, Integração Nacional e Saúde, além de gestores de 14 capitais. O objetivo é mobilizar as políticas públicas em consonância com as informações recolhidas pelo sistema, que são atualizadas a cada 30 minutos.
Para o coordenador da comissão, deputado Osmar Terra (PMDB-RS), a convocação do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, para essas reuniões pode alinhar estados e municípios. “Não adianta ter uma equipe boa aqui e, às vezes, as informações não chegam, e cada município age de um jeito”, advertiu. “É preciso uniformizar os movimentos por meio de protocolos até para termos uma ideia do efeito dessa mobilização”, completou.
Protocolo nacional
O deputado Alexandre Serfiotis (PSD-RJ) defendeu protocolo nacional para que os esforços cheguem aos municípios. “Fala-se em unificação de informações para combate à epidemia, mas, lá na ponta, os municípios ainda ficam com o problema”, disse.
O secretário executivo do Ministério da Saúde, Milton Araújo de Oliveira, afirmou que a ideia é estender a participação, dos atuais 105, para mais 248 municípios, a partir da construção de salas locais de controle. Segundo ele, a orientação é para que as atuais 27 salas estaduais articulem audiências dentro das assembleias legislativas dos estados, para apresentar indicadores e mostrar as metas no plano de enfrentamento do mosquito.
“Isso tudo nos ajuda a conseguir otimização de recursos, agilização de articulações políticas e de qualificação da assistência que precisamos fazer a população e da proteção sanitária”, disse Oliveira.
Ele reforçou ainda que a expectativa do ministério é que a vacina contra o zika vírus esteja apta para o uso da população no prazo de três anos.
Em relação à dengue, o Ministério da Saúde informou que foram registrados 396 mil casos até a 8ª semana de 2016, contra as 127 mil ocorrências confirmadas no mesmo período do ano passado.
Liberação de recursos
O deputado Mandetta (DEM-MS) disse que a comissão vai aproveitar os dados atualizados sobre a epidemia para propor meios mais rápidos para pesquisa e liberação de recursos. “Para que, no orçamento deste ano, o Legislativo aumente o recurso nas áreas identificadas como subfinanciadas”, afirmou.
Osmar Terra informou que a comissão externa vai visitar Salvador (BA) e Ribeirão Preto (SP), onde há forte disseminação da dengue. "Onde está crescendo a epidemia de dengue, provavelmente está crescendo a epidemia de zika, mesmo que as pessoas não saibam", frisou o parlamentar.
Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Pierre Triboli
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