Em disputa acirrada, o deputado governista Leonardo Picciani (RJ) foi reconduzido nesta quarta-feira (17) à liderança do PMDB por mais um ano. O deputado fluminense venceu o oposicionista Hugo Motta (PB) por 37 votos a 30; houve dois votos em branco e dois deputados faltaram.
Picciani afirmou que vai trabalhar pela unidade da bancada e do partido, com diálogo, e que não há vencedores ou vencidos.
Questionado sobre as oito indicações que terá de fazer para a comissão que vai analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, Picciani afirmou que atenderá as demandas da bancada.
"No momento que estiver convocada, a instalação da comissão do impeachment, que ainda não tem data para acontecer, nós contemplaremos todas as correntes de pensamento do partido. Não restam dúvidas de que todos participarão", afirmou.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, disse que a recondução do deputado Leonardo Picciani ao cargo de líder do PMDB não representa vitória nem derrota do governo ou da oposição, e sim a escolha, por parte da bancada, da forma como ela quer ser conduzida.
Interferência do governo
O líder do PMDB negou que tenha havido interferência do governo na sua recondução, mas o ministro da Saúde, o deputado peemedebista do Piauí, Marcelo Castro, se licenciou do cargo para dar apoio à Picciani. Castro comemorou a reaproximação da bancada da Câmara com o governo. "O governo sai fortalecido na bancada com a vitória do deputado Picciani”, destacou Marcelo Castro.
Para ele, não houve “desgaste” com o seu licenciamento do Ministério da Saúde para votar na eleição da bancada do PMDB. “Eu sou ministro, mas eu sou parlamentar também e, por um dia ausente do ministério, assume meu secretário executivo, que já foi ministro, já foi diretor da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], é uma pessoa muito qualificada que está participando de todas as ações que estamos desenvolvendo à frente do ministério. Por um dia, não haverá nenhuma descontinuidade, nenhum prejuízo de nenhuma ação", disse.
PMDB dividido
Apoiador de Hugo Motta, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) disse que o partido sai, sim, dividido e que a união vai depender da habilidade de Leonardo Picciani. Ele reafirmou ainda que parte do PMDB continuará na oposição.
"Mesmo o PMDB sendo majoritariamente governo, existe no partido uma ala, que é significativa e que busca fazer com que o PMDB seja um pouco MDB, tendo altivez para ser independente de um governo, principalmente um governo como esse que soma e acumula fracassos", criticou Marun.
O deputado Leonardo Picciani está no terceiro mandato de deputado federal. Na legislatura passada, se licenciou para exercer o cargo de Secretário de Estado de Habitação do Rio de Janeiro. Ele tem 36 anos e é formado em Direito.
Reportagem – Geórgia Moraes
Edição – Newton Araújo
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