A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão se reuniu nesta terça-feira (23) para ouvir o depoimento do presidente da empreiteira Engevix, José Antunes Sobrinho. Durante a reunião, José Antunes permaneceu calado devido a um habeas corpus apresentado por seu advogado.
Segundo o habeas corpus, José Antunes Sobrinho não pode prestar informações porque está em negociação com a Justiça para prestar delação premiada.
A Engevix é acusada de corrupção ativa e formação de cartel pela Operação Lava Jato e é ex-controladora da Desenvix, empresa que recebeu investimentos do fundo de pensão da Caixa Econômica Federal, o Funcef.
No ano passado, a Desenvix foi comprada por uma empresa norueguesa (Statkraft), mas o Funcef permaneceu dona de 18% da empresa, que tem entre seus ativos seis usinas hidrelétricas, além de participações em outras quatro hidrelétricas, um complexo eólico na Bahia e outro em Sergipe.
Silêncio ensurdecedor
O presidente da CPI, deputado Efraim Filho (DEM-PB), lamentou que José Antunes não tenha prestado esclarecimentos à comissão. "O silêncio do senhor Antunes Sobrinho é ensurdecedor porque os fortes indícios de irregularidades praticados pela Engevix, já com documentos e delações premiadas que ocorreram no âmbito da Operação Lava-Jato, mostram que dinheiro aplicado pelos fundos de pensão, nesse caso especial o Funcef, que aportou R$ 340 milhões na Engevix possam ter sido objetos de desvios que irrigaram o financiamento de campanhas políticas, inclusive da presidente Dilma Rousseff."
Prorrogação
O prazo da CPI dos Fundos de Pensão se encerra no dia 19 de março, mas um pedido de prorrogação por mais 60 dias espera a apreciação do Plenário da Câmara.
Para Efraim Filho, esse prazo é necessário para que a CPI possa concluir seus trabalhos, mas, se não houver prorrogação. o relatório será apresentado no dia 9 de março para que possa ser votado dentro do prazo regimental.
Reportagem – Karla Alessandra
Edição – Newton Araújo
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