Especialistas americanos desembarcando no Brasil na próxima semana para iniciar ação conjunta. Ministro brasileiro reitera compromisso do governo em combater o vírus.
Especialistas dos Estados Unidos viajarão ao Brasil na próxima semana para iniciar o trabalho de desenvolvimento de uma vacina contra o vírus zika, anunciou o ministro da Saúde, Marcelo Castro, nesta quarta-feira (03/02), em Montevidéu.
"O Brasil está atuando em várias frentes para controlar o vírus, e a ação mais importante para o futuro é uma cooperação com vários laboratórios para desenvolver uma vacina", disse Castro, antes de uma reunião com outros 13 ministros da Saúde de países latino-americanos na capital uruguaia.
A ação conjunta entre Brasil e Estados Unidos, acertada por telefone entre os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama, será realizada pelas agências públicas dos dois países.
Desta forma, do lado brasileiro participarão o Instituto Evandro Chagas, o Instituto de Tecnologia Imunobiológica Bio-Manguinhos/Fiocruz e o Instituto Butantan. Pelos EUA estarão ativos o Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês) e a Universidade do Texas.
Além disso, Castro reiterou que existe um "compromisso" por parte do governo brasileiro de que, "apesar das dificuldades econômicas que o país enfrenta", não faltarão recursos para combater a epidemia, que se espalhou rapidamente depois de atingir o continente americano no início de 2015.
O ministro considerou que o Nordeste do Brasil, região responsável por 86% de todos os casos da doença registrados no país, foi também a porta de entrada do vírus, com o primeiro caso registrado na Bahia, em abril de 2015.
Até o momento, o Brasil confirmou 404 casos de microcefalia, sendo que 17 estão relacionados ao vírus zika. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por outro lado, não reconheceu essa relação oficialmente, já que não há comprovação científica de que o vírus zika cause microcefalia e outras alterações do sistema nervoso. Outros 3.670 casos suspeitos estão sendo analisados.
Produzir uma vacina segura, porém, é um desafio, e a aprovação técnica do medicamento pode levar anos. "Até que uma vacina seja desenvolvida só temos uma opção: eliminar o mosquito, e a melhor maneira de fazê-lo é destruindo seus locais de procriação", afirmou Castro.
De acordo com a OMS, até quatro milhões de pessoas podem ser infectadas pelo vírus zika no continente americano. Na segunda-feira, a organização declarou emergência mundial por causa da microcefalia.
Também participam do encontro em Montevidéu os ministros da Saúde de Argentina, Uruguai, Paraguai, Venezuela, Chile, Bolívia, Equador, Peru, Suriname, México, Costa Rica e República Dominicana.
PV/efe/rtr
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