O Conselho de Ética da Câmara aprovou nesta terça-feira, 15 de dezembro, um parecer preliminar que garante a continuidade do processo de cassação contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A iniciativa só está sendo possível graças a uma representação encaminhada pela Rede Sustentabilidade, junto com o PSOL. No entendimento da REDE, Cunha cometeu quebra de decoro parlamentar por ter mentido sobre a existência das contas no exterior em depoimento à CPI da Petrobras, em março.
O parecer do relator, deputado Marcos Rogério (PDT-RO) pela permanência da apuração do caso foi aprovado por 11 votos a nove. Com a decisão, as investigações contra Cunha continuam, mesmo após o parlamentar ter causado sucessivas manobras que causaram vários adiamentos e até mesmo a destituição do então relator, deputado Fausto Pinato (PRB-SP), num esforço claro de obstruir os trabalhos do colegiado.
A votação aconteceu após a leitura do parecer pelo atual relator que, na prática, manteve o posicionamento de seu antecessor, de dar continuidade ao processo de cassação. A apreciação no conselho ocorreu em meio à operação deflagrada pela Polícia Federal, que fez buscas e apreensões na residência oficial do presidente da Câmara em Brasília (DF) e na sua casa no Rio de Janeiro.
“Por esse motivo, lamentamos profundamente que tenha sido necessário o cumprimento de mandados de busca e apreensão, inclusive na Câmara dos Deputados, para finalmente o relatório ser votado. A Casa não precisava passar por isso”, avaliou o líder da bancada da REDE na Câmara, deputado Alessandro Molon (RJ). Ao final da reunião do Conselho de Ética, o parlamentar elogiou os trabalhos do colegiado e dos dois relatores que atuaram no caso.
“Quero cumprimentar o deputado Marcos Rogério pela rapidez no processo e pela qualidade no seu trabalho. Mas também quero agradecer ao deputado Fausto Pinato, pois ele só não é mais relator porque demonstrou firmeza e coragem ao levar a sua posição adiante”, completou Molon.
Comentários
Postar um comentário