"Justiça dá 3 dias para Samarco apresentar impactos em barragens"

A Justiça de Minas Gerais mandou que a Samarco apresente em três dias à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad) e ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), impactos de um possível rompimento das barragens de Germano e de Santarém, ambas da empresa, no distrito de Bento Rodrigues, Mariana. As duas represas ficam próximas à de Fundão, que rompeu no dia 5.
A de Santarém ruiu parcialmente, conforme a Defesa Civil de Minas Gerais. Na de Germano, desde a queda da barragem de Fundão, a Samarco realiza trabalho de reforço da estrutura, também conforme a Defesa Civil estadual.  

O posicionamento, tomado pela 1ª Vara da Fazenda Pública Estadual, determina ainda que a Hidrelétrica de Candonga, no município de Rio Doce, a cerca de 100 quilômetros de Mariana, por estrada de rodagem, seja esvaziada para que seja possível conter o fluxo de lama caso a represa de Germano se rompa.

A hidrelétrica pertence a consórcio de empresas que tem a Vale, dona da Samarco, juntamente com a anglo-australiana BHP Billiton, como sócia-majoritária. A usina não funciona desde o rompimento da barragem de Fundão. O esvaziamento da represa tem que acontecer em dois dias. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) também faz parte do consórcio.

A menina Lucineia Cristina da Silva, desabrigada, na van que a levaria para um dia recreativo em um clube. Vítimas do rompimento da Barragem do Fundão da mineradora Samarco tentam retomar de suas vidas. Estouro da barragem espalhou 62 milhões de metros cúbicos de água e lama, matou pelo menos 11 pessoas, deixou 12 desaparecidas, mais de 600 desabrigadas e muitas cidades com distribuição de água potável comprometida.              

Histórias de Mariana: A menina Lucineia Cristina da Silva, desabrigada, na van que a levaria para um dia recreativo em um clube. Vítimas do rompimento da Barragem do Fundão da mineradora Samarco tentam retomar de suas vidas. Estouro da barragem espalhou 62 milhões de metros cúbicos de água e lama, matou pelo menos 11 pessoas, deixou 12 desaparecidas, mais de 600 desabrigadas e muitas cidades com distribuição de água potável comprometida.
© Fornecido por Estadão A menina Lucineia Cristina da Silva, desabrigada, na van que a levaria para um dia recreativo em um clube. Vítimas do rompimento da Barragem do Fundão da mineradora Samarco tentam retomar de suas vidas. Estouro da…
     
Histórias de Mariana: Sra. Rosa Maurilia Gomes, de 77 anos, que perdeu sua casa em Bento Rodrigues. O Estadp entrevistou desabrigados das comunidades de Bento Rodrigues e Paracatu.
© Fornecido por Estadão Sra. Rosa Maurilia Gomes, de 77 anos, que perdeu sua casa em Bento Rodrigues. O Estadp entrevistou desabrigados das comunidades de Bento Rodrigues e Paracatu.

Na foto, senhores da comunidade de Paracatu de Baixo que perderam suas casas, durante uma missa de novena na Capela da Colégio Providência em solidariedade e apoio aos desabrigados do desastre.

Tiago Queiroz/Estadão
Histórias de Mariana: Na foto, senhores da comunidade de Paracatu de Baixo que perderam suas casas, durante uma missa de novena na Capela da Colégio Providência em solidariedade e apoio aos desabrigados do desastre.
© Fornecido por Estadão Na foto, senhores da comunidade de Paracatu de Baixo que perderam suas casas, durante uma missa de novena na Capela da Colégio Providência em solidariedade e apoio aos desabrigados do desastre.

No primeiro plano, imagem da casa de Sandra, antes de ser destruída. Sandra Domertides de Quintão, de 43 anos, muito conhecida pelas deliciosas coxinhas e pés de moleque que fazia em Bento Rodrigues, volta a cozinhar em cozinha emprestada do Hotel Providência.

Tago Queiroz/Estadão
História de Mariana: No primeiro plano, imagem da casa de Sandra, antes de ser destruída. Sandra Domertides de Quintão, de 43 anos, muito conhecida pelas deliciosas coxinhas e pés de moleque que fazia em Bento Rodrigues, volta a cozinhar em cozinha emprestada do Hotel Providência.
© Fornecido por Estadão No primeiro plano, imagem da casa de Sandra, antes de ser destruída. Sandra Domertides de Quintão, de 43 anos, muito conhecida pelas deliciosas coxinhas e pés de moleque que fazia em Bento Rodrigues, volta a…

Desabrigados se divertem em dia recreativo em um clube. Estouro da barragem espalhou 62 milhões de metros cúbicos de água e lama, matou pelo menos 11 pessoas, deixou 12 desaparecidas, mais de 600 desabrigadas e muitas cidades com distribuição de água potável comprometida.

Tiago Queiroz/Estadão
Histórias de Mariana: Desabrigados se divertem em dia recreativo em um clube. Estouro da barragem espalhou 62 milhões de metros cúbicos de água e lama, matou pelo menos 11 pessoas, deixou 12 desaparecidas, mais de 600 desabrigadas e muitas cidades com distribuição de água potável comprometida.
© Fornecido por Estadão Desabrigados se divertem em dia recreativo em um clube. Estouro da barragem espalhou 62 milhões de metros cúbicos de água e lama, matou pelo menos 11 pessoas, deixou 12 desaparecidas, mais de 600…

No centro da imagem, Agata Aparecida Dias, de seis meses, brinca nos braços de familiares desabrigados em dia recreativo.

Tiago Queiroz/Estadão
Histórias de Mariana: No centro da imagem, Agata Aparecida Dias, de seis meses, brinca nos braços de familiares desabrigados em dia recreativo.
© Fornecido por Estadão No centro da imagem, Agata Aparecida Dias, de seis meses, brinca nos braços de familiares desabrigados em dia recreativo.

Na foto, José do Nascimento de Jesus, conhecido como Seu Zezinho, e sua esposa Maria Irene de Deus, de 76 anos. Os dois perderam tudo em Bento Rodrigues, mas não perderam o bom humor e a esperança de melhores dias.

Na decisão, tomada a pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) e do governo do Estado, a empresa é obrigada ainda a informar também o quadro de estruturas de apoio das represas chamadas Sela, Tulipa e Selinha. A decisão foi tomada com base em laudos elaborados por técnicos da Central de Apoio Técnico (Ceat) do MP-MG e de empresas contratadas pela própria Samarco, que atestaram comprometimento, principalmente, na estrutura da barragem de Germano.

No pedido do MP-MG, atendido pela Justiça, a Samarco terá também que prever "consequências e medidas emergenciais concretas a serem adotadas em cada cenário", executar "integralmente as medidas emergenciais apresentadas nos estudos anteriormente citados, em caso de rompimento, bem como eventuais recomendações técnicas da Semad e do DNPM" e promover, "imediatamente, todas as medidas emergenciais indicadas pela Defesa Civil de Minas Gerais".
A lama de rejeitos de minério que vazou da barragem da Samarco já chegou ao mar, após passar pelo trecho do Rio Doce no distrito de Regência, em Linhares, no Espírito Santo.
Nos últimos três dias a onda de lama passou por Colatina e Linhares, causando mortandade de peixes e comprometendo o abastecimento de água             
Lama: Nos últimos três dias a onda de lama passou por Colatina e Linhares, causando mortandade de peixes e comprometendo o abastecimento de água
© Fornecido por Estadão Nos últimos três dias a onda de lama passou por Colatina e Linhares, causando mortandade de peixes e comprometendo o abastecimento de água

A previsão do Ministério do Meio Ambiente, com base em projeções feitas por pesquisadores da Coppe-UFRJ, é que os sedimentos se dispersarão por uma área de 9 quilômetros, principalmente ao sul da foz do Rio Doce

Gabriela Biló/Estadão
Lama: A previsão do Ministério do Meio Ambiente, com base em projeções feitas por pesquisadores da Coppe-UFRJ, é que os sedimentos se dispersarão por uma área de 9 quilômetros, principalmente ao sul da foz do Rio Doce
© Fornecido por Estadão A previsão do Ministério do Meio Ambiente, com base em projeções feitas por pesquisadores da Coppe-UFRJ, é que os sedimentos se dispersarão por uma área de 9 quilômetros, principalmente ao sul da foz do Rio Doce

É uma região de reprodução de tartarugas marinhas, inclusive de uma espécie criticamente ameaçada de extinção, a tartaruga-de-couro. Vários ninhos foram movidos de lá pelo Projeto Tamar.

Gabriela Biló/Estadão
Lama: É uma região de reprodução de tartarugas marinhas, inclusive de uma espécie criticamente ameaçada de extinção, a tartaruga-de-couro. Vários ninhos foram movidos de lá pelo Projeto Tamar.
© Fornecido por Estadão É uma região de reprodução de tartarugas marinhas, inclusive de uma espécie criticamente ameaçada de extinção, a tartaruga-de-couro. Vários ninhos foram movidos de lá pelo Projeto Tamar.

Antes da lama mais pesada, a linha de frente da mancha, composta de um material mais leve e fino, tocou as ondas do litoral de Regência, um distrito do município de Linhares (ES), no fim da tarde de sábado, 21      
Lama muda a cor do mar na foz do Rio Doce: Antes da lama mais pesada, a linha de frente da mancha, composta de um material mais leve e fino, tocou as ondas do litoral de Regência, um distrito do município de Linhares (ES), no fim da tarde de sábado, 21
© Fornecido por Estadão Antes da lama mais pesada, a linha de frente da mancha, composta de um material mais leve e fino, tocou as ondas do litoral de Regência, um distrito do município de Linhares (ES), no fim da tarde de sábado, 21

O rio Doce deságua no mar em Linhares, cidade que fica no norte do Espírito Santo. Foi montada uma barreira para tentar conter os rejeitos de minério, que correm o rio após o rompimento de barragens em Mariana (MG).

Os governos de Minas e do Espírito Santo se articulam para entrar com ação conjunta na Justiça contra a mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billinton, por causa dos danos causados pelo rompimento das barragens.

Multa. O descumprimento acarretará multa diária de R$ 1 milhão, conforme a decisão. A assessoria do consórcio Aliança Energia, que controla a hidrelétrica de Candonga, informou que o grupo ainda não foi notificado pela Justiça sobre a decisão. A reportagem do Estadonão conseguiu contato com a Samarco.

Além de destruir o distrito de Bento Rodrigues, a tragédia em Mariana já tem confirmadas 11 mortes. Cinco funcionários da Samarco e três moradores do vilarejo estão desaparecidos e dois corpos aguardam identificação.
Há uma semana, a lama que vazou da barragem, e atingiu o Rio Doce, chegou à foz do curso d'água, no distrito de Regência, em Linhares, litoral capixaba. Até o momento, além da devastação de matas ciliares, por exemplo, a lama ocasionou a morte de 11 toneladas de peixes no Rio Doce.
Estadão

Comentários