Em homenagem ao dia da imigração japonesa, celebrado anualmente no dia 18 de junho, a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional promoveu audiência pública nesta quinta-feira para comemorar os 107 anos da chegada dos primeiros imigrantes japoneses ao País e também os 120 anos da formalização do Tratado de Amizade Japão-Brasil.
Segundo dados do Portal Brasil, o Brasil tem a maior comunidade nipônica fora do Japão. São mais de um milhão e meio de japoneses que trocaram o país asiático pelo sul-americano. O Japão, por sua vez, acolhe a terceira maior comunidade de brasileiros no exterior, com mais de 175 mil imigrantes.
Brasil e Japão são fortes parceiros comerciais, com forte equilíbrio financeiro nas exportações e importações de cada um. A característica marcante dessa relação é que o Brasil exporta matéria prima, enquanto o Japão exporta, entre outras coisas, máquinas e automóveis, o que agrega mais valor ao produto japonês.
Contradição
Para o cônsul honorário do Japão em Belo Horizonte (MG), Wilson Nélio Brumer, a situação brasileira representa uma imensa contradição de como um país deveria se comportar em relação a sua indústria.
"Que tipo de país queremos ser? Eu sempre me questiono, e aqui está falando uma pessoa do ramo empresarial. Precisamos urgentemente, de forma pragmática, mudar o perfil econômico do Brasil”, observou Brumer.
“Nada contra ser competitivo na produção de matéria prima, inclusive, que bom que somos competitivos, mas é importante não nos esquecermos da necessidade de agregar valor a nossa economia", acrescentou.
Complementar
Membro do grupo parlamentar Brasil-Japão, o deputado Walter Ihoshi (PSD-SP), destacou que as economias dos dois países se complementam, mas ressalta que o Brasil tem muito a aprender com a cultura japonesa. "Nós temos um caminho grande pela frente porque, apesar dos povos brasileiro e japonês serem amigos mesmo com tantas diferenças culturais e do ponto de vista econômico, somos complementares”, afirmou.
“É claro que nós estamos exportando commodities, que são produtos de baixo valor agregado, mas hoje, se não fosse a tecnologia brasileira, nós não teríamos aviões da Embraer voando em território japonês”, destacou Ihoshi. “Temos um futuro grande pela frente e grandes desafios nos investimentos em inovação, ciência e tecnologia. Nossa participação, de deputados nipo-descendentes e dos deputados brasileiros será fundamental para o futuro e amizade dos dois povos".
Colaboração
O embaixador do Japão no Brasil, Kunio Umeda, também esteve presente na audiência pública e disse que seu país quer continuar colaborando com o desenvolvimento brasileiro, dando especial atenção à área de recursos humanos.
Ele afirmou que o País quer elevar o número de estudantes brasileiros no Japão, através do programa Ciências Sem Fronteiras e do programa de bolsas do governo japonês.
Reportagem – Pedro Campos
Edição – Newton Araújo
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