"Todos os financiamentos do BNDES terão dados abertos"

O Plenário aprovou ontem projeto de lei de conversão, originário da Medida Provisória (MP) 661/2014, que autoriza a União a conceder crédito de R$ 30 bilhões ao BNDES. O texto (PLV 2/2015), que vai à sanção, proíbe a instituição de se recusar a fornecer informações sobre operações de empréstimo com base em sigilo contratual, inclusive financiamentos para obras no exterior. Essa mudança, incluída por emenda da Câmara em Plenário, contrariou posição do governo. 

A falta de informações sobre operações do banco tem sido alvo de críticas da oposição, que chegou a tentar instaurar no Senado uma CPI para investigar contratos ditos secretos e financiamentos considerados suspeitos. — Não podemos admitir que recursos públicos a taxas privilegiadas sejam oferecidos a outras nações sob o manto do sigilo — defendeu Alvaro Dias (PSDB-PR), líder do Bloco de Oposição. Embora considere importante a quebra do sigilo, Lúcia Vânia (PSDB-GO) disse que esse instituto é regulado por lei complementar, não podendo ser modificado por MP. Nesse caso haveria, a seu ver, “indí- cios” de inconstitucionalidade. 

Depois da sessão, presidida por Jorge Viana (PT-AC), o relator, Blairo Maggi (PR-MT), disse que a opção foi manter o texto da Câmara sobre o fim do sigilo para o BNDES e deixar que a presidente decida o veto. Caminhoneiros O relator na comissão mista, deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), incluiu na MP a possibilidade de os caminhoneiros refinanciarem dívidas contraídas na compra de caminhões. 

A medida, intermediada por parlamentares das duas Casas, foi obtida por acordo com o governo para que a categoria encerrasse em março bloqueios de estradas, que se repetiram na semana passada. Poderão refinanciar suas dí- vidas, com os juros do contrato original, os caminhoneiros autônomos e as empresas de transporte de carga, as arrendadoras e as associações do setor com receita bruta anual de até R$ 2,4 milhões. 

O subsídio vale para as 12 primeiras parcelas a vencer. Acima dessa faixa haverá parcelamento, mas com taxas não subsidiadas. O pedido poderá ser feito até 31 de dezembro de 2015 para contratos fechados até 31 de dezembro de 2014. Outro item — o aumento do limite de endividamento para desconto em folha, de 30% para 40% da renda — poderá ser vetado, adiantou o líder do governo, Delcídio do Amaral (PT-MS), diante das críticas de Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) ao texto. 

O acréscimo servirá para pagar, inclusive, cartões de crédito. Emenda de Plenário garantiu o adicional a aposentados para pagar seus cartões.

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