"Gestor estadual poderá gerenciar leitos em UTIs"

Projeto aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) ontem autoriza os gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) no plano estadual a participar da organização dos serviços de terapia intensiva (UTIs), emergências, urgências e atendimento móvel de urgência (Samu). Com o objetivo de enfrentar a falta de leitos, os serviços deixariam de ser organizados isoladamente pelos municípios. Aprovada de forma terminativa, a proposta segue para a Câmara dos Deputados. 

De autoria do ex-senador Vital do Rêgo, o texto do PLS 233/2012 recebeu um substitutivo proposto pelo relator, Humberto Costa (PT-PE), que destacou a função dos gestores de “colaborar com os municípios” nas funções previstas. Além disso, incluiu os serviços de urgência e emergência e os de atendimento móvel de urgência (Samu), já que o texto original se referia apenas às UTIs. 

Durante a votação, os parlamentares acataram emenda do ex-senador Paulo Davim que incluiu novo artigo no projeto, permitindo por tempo limitado de três anos o credenciamento de UTI que funcione sob a responsabilidade técnica de médico portador de título de especialista em medicina intensiva que não atue na própria unidade, a que o autor chamou de “UTI tutelada”.

 A medida foi considerada pela senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) uma “resolução criativa” para os municípios que não dispõem de médicos especialistas. Waldemir Moka (PMDB-MS) concordou: — No interior é muito comum ter condições para a existência de uma UTI e a presença de médicos que, embora não sejam intensivistas, poderiam dar condições muito melhores de tratamento para o paciente, sempre sob a responsabilidade de um médico intensivista — declarou o senador. 

Para Humberto Costa, é preciso ressaltar a importância dos serviços de UTIs, compostos por equipes multiprofissionais especializadas, dotadas de equipamentos caros e de manutenção dispendiosa. Ele destaca que “o paciente pobre ou de classe média que necessita de atendimento não consegue pagar o tratamento com recursos próprios”. 

O senador acrescentou que, “não sendo beneficiário de um plano de saúde, a única solução é recorrer aos serviços do SUS”. Mesmo as famílias ricas podem correr o risco de perder o patrimônio de “toda uma vida, caso um dos seus integrantes tenha que permanecer numa UTI por dias, meses ou anos”, lembra ainda. Requerimentos Também foram aprovados requerimentos para a realização de várias audiências públicas. 

Entre elas, uma sobre a avaliação do Pacto de Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, criado em 2004, e seus avanços; e o debate sobre as condições e requisitos para a remoção de órgãos para transplante.

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