"Ministros participam de audiência sobre MPs"

Os ministros do Trabalho, Manoel Dias, e da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, virão ao Senado amanhã para esclarecer aos senadores as mudanças em direitos trabalhistas e previdenciários, previstas nas Medidas Provisó- rias 664/2014 e 665/2014. Eles serão ouvidos em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), às 10h.

 A iniciativa de trazer os ministros à CAE para tratar das mudanças foi de Ronaldo Caiado (DEMGO). Na quinta-feira, eles voltam para outro debate nas comissões mistas das duas MPS. As medidas foram enviadas ao Congresso no fim do ano passado como parte de um ajuste fiscal para impulsionar a economia e promovem restrições na concessão de benefícios sociais.

 A MP 664/2014 muda as regras de direitos previdenciários como a concessão de pensão por morte e o auxílio- -doença. Com a medida, a pensão por morte passou a só ser concedida ao cônjuge que comprove, no mínimo, dois anos de casamento ou união estável. Antes não havia exigência de período mí- nimo de relacionamento. Também passou a ser necessário comprovar 24 meses de contribuição para a Previdência.

 Quanto ao auxílio-doença, o prazo para que o afastamento do trabalho gere direito ao benefício, pago pelo INSS, passou de 15 para 30 dias. Pela medida provisória, afastamentos de até 30 dias são de responsabilidade das empresas. Seguro e abono Já a MP 665/2014 endurece as regras para a concessão do seguro- -desemprego, do seguro- -defeso para pescadores profissionais e do abono salarial. Entre as mudanças trazidas pelo texto, está a adoção de um prazo de carência para acesso ao seguro- -desemprego. Agora o trabalhador precisa ter, pelo menos, 18 meses de registro em carteira para pedir o benefício pela primeira vez. 

O prazo diminui para 12 meses no segundo pedido e só a partir da terceira vez se iguala ao prazo exigido anteriormente, de seis meses. No caso do abono salarial, a regra atual garantia o benefício a quem ganhasse menos de dois salários mínimos e trabalhasse mais de 30 dias no ano. Com a MP, passa a ser exigida uma carência de seis meses para solicitar o benefício, que será pago em valor proporcional ao tempo trabalhado — como ocorre com o 13º salário. Com as MPs, o governo quer poupar R$ 18 bilhões ao ano.

 As medidas receberam mais de 750 emendas e passarão pelos Plenários da Câmara e do Senado. 

Assessoria

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