"Delegado defende atuação conjunta de países na fronteira para combater narcotráfico"

Em audiência pública Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, o representante da Polícia Federal, delegado Rubens José Maleiner, assinalou que é preciso atuar de forma conjunta com os países da fronteira e com diversos órgãos brasileiros para combater o tráfico de drogas que é o principal problema na faixa de fronteira.
No debate para discutir a segurança na faixa de fronteira, Maleiner lembrou que o Brasil tem quase 17 mil quilômetros de fronteira entre 11 estados e 10 países. "É bastante significativa hoje em dia a utilização de aeronaves para realizar esse tipo de ação e não é uma ação fácil de ser evitada porque os voos são curtos, são muito baixos e a extensão do espaço aéreo é muito grande. Então, é muito difícil ter uma resposta tão rápida quanto necessária para frear essas ações do narcotráfico."
Alex Ferreira
Audiência pública para debater questões referentes à segurança pública na faixa de fronteira. Representante da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Oficial de Inteligência Edgar Ribeiro Dias
Edgar Dias: é preciso investir muito mais em inteligência nas fronteiras porque não é possível colocar homens em mais de 16 mil km de extensão.
O autor do requerimento para a realização da audiência pública, deputado Ezequiel Fonseca (PP-MT), não adianta combater as drogas nos morros do Rio de Janeiro, é preciso impedir a entrada na fronteira. "Por isso, nós temos que juntar a força desta comissão, dos parlamentares. Nós buscarmos organismos para fazer com que a fronteira do Brasil não seja apenas uma faixa de fronteira de segurança nacional, que seja uma faixa de produção, de desenvolvimento, de qualidade de vida."
Investimento em inteligência
O representante da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Edgar Ribeiro Dias, chamou a atenção para os problemas no Mato Grosso que faz fronteira com a Bolívia, que se tornou a principal entrada de drogas vindas do Peru e da Colômbia.

Para Dias, é preciso investir na proteção da fronteira para que essas drogas não cheguem ao Brasil onde são consumidas ou exportadas para outros países. "[Para combater] o tráfico internacional de drogas e de armas carece de investimento na área de inteligência e de patrulhamento também, mas muito mais de inteligência porque com uma fronteira de mais de 16 mil km é impossível você colocar um homem a cada dois três metros."
O deputado Ezequiel Fonseca destacou a participação de diversos prefeitos da região de fronteira na audiência e informou que está sendo implementada uma Frente Parlamentar Mista em Defesa da Faixa de Fronteira.
Reportagem - Karla Alessandra
Edição – Regina Céli Assumpção

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