No país do "pleno emprego" de dois salários mínimos, está desmoronando o último bastião no qual o governo do PT sustentava o farsesco sucesso de seu modelo econômico.
A melhor tradução da crise que se abate sobre a economia brasileira é o que acontece no mercado de trabalho. No país do "pleno emprego" de propaganda, a fila do desemprego só aumenta. Está desmoronando o último bastião no qual o governo do PT sustentava o farsesco sucesso de seu modelo econômico.
Por três meses consecutivos, o país mais fechou do que abriu vagas de trabalho. Já são 640 mil empregos a menos desde dezembro, segundo o Caged. Em fevereiro, num resultado considerado "totalmente atípico" por especialistas, houve 2.415 demissões a mais que contratações, no pior resultado para o mês em 16 anos.
Já há menos profissionais com carteira de trabalho empregadas hoje no país do que havia um ano atrás. Ou seja, o mercado está encolhendo. Isso ainda não havia acontecido desde que o Ministério do Trabalho mudara a metodologia de cálculo do desemprego no país, em 2002. No acumulado em 12 meses, exatos 47.228 empregos foram eliminados.
O pior é que as poucas vagas que ainda são abertas pagam salários baixíssimos. Recentemente, numa entrevista ao Valor Econômico, o ministro Aldo Rebelo revelou um número que o governo do PT esconde a sete chaves: nos últimos dez anos, 4,9 milhões de empregos com salário acima de dois mínimos foram dizimados no Brasil. O "pleno emprego" só existiu à base de mixarias pagas aos trabalhadores...
Para um país que precisa criar pelo menos 1,8 milhão de empregos por ano apenas para absorver os novos entrantes no mercado, a situação ganha ares de dramaticidade. Consultorias respeitadas avisam que o cenário é sombrio. A MB Associados estima que 600 mil empregos formais serão fechados neste ano, algo inédito desde 1996 e não visto sequer no crítico ano de 2009, quando a economia do mundo inteiro estava na pindaíba.
A sangria é disseminada. Com a menor renda da população e o menor consumo, o comércio já cortou 143 mil vagas de dezembro para cá. Com menos investimentos, a construção civil eliminou 222 mil vagas nos últimos 12 meses. A indústria desemprega há 40 meses seguidos. São flashes de um Brasil parado.
Anteontem, na apresentação dos resultados, o governo jogou a responsabilidade pelo aumento do desemprego nas costas da Operação Lava Jato. Ontem, as empresas retrucaram: quem está parando obras em todo o Brasil é o próprio governo, que freou empreendimentos - do PAC ao Minha Casa Minha Vida - e deixou de pagar construtoras.
Para completar, no momento em que o mercado de trabalho mergulha na penúria, o governo do PT impõe drásticos cortes de benefícios sociais franqueados pelo seguro-desemprego aos trabalhadores. E completa o coquetel mortal com aumento de impostos cobrados da população. O remédio amargo vai acabar por derrubar de vez o paciente.
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