“Aceitem a democracia”, diz Bolsonaro em primeira coluna na Folha de SP

Em sua estreia como colunista na Folha de São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou um artigo intitulado “Aceitem a democracia”. No texto, ele defende os valores da direita, criticando a esquerda e a imprensa, e afirma que o conservadorismo reflete os verdadeiros anseios do povo.
Bolsonaro inicia abordando o que considera uma tendência global em direção ao conservadorismo, citando como exemplos recentes as eleições na Argentina, Brasil e Estados Unidos. “A maioria dos eleitores escolhe candidatos, partidos e programas da direita”, escreveu, destacando que analistas tentam rotular essa guinada como um movimento “ao centro”. Ele nega essa interpretação: “Não é. Basta prestar atenção às propostas ultimamente aprovadas nas urnas”.
Segundo Bolsonaro, onde os cidadãos têm voz, eles optam por valores que incluem “ordem, desenvolvimento, progresso, liberdade econômica, liberdade de expressão, respeito às famílias e à religião, patriotismo”. Esses, segundo ele, são os pilares que a direita defende “há anos, mesmo sob graves ameaças autoritárias”.
O ex-presidente também critica o que considera uma tentativa de censura contra a direita, mencionando cancelamentos, boicotes econômicos e prisões que, segundo ele, são arbitrárias. “Nada consegue conter a onda conservadora. Nem a censura, nem os cancelamentos, nem o boicote econômico, nem as perseguições policiais, nem as longas, arbitrárias e injustas prisões”, escreveu.
Bolsonaro ressalta que a popularidade da direita vem da sua conexão com os sentimentos profundos da sociedade e acusa a imprensa de agir contra esses ideais. “A resistência e a resiliência da direita têm uma razão muito simples: nossas bandeiras, mesmo sob ataque do grosso dos veículos de comunicação e de seus jornalistas, expressam os sentimentos e anseios mais profundos da maioria da sociedade.”
Em seu texto, ele também critica a esquerda por não aceitar resultados eleitorais contrários a seus interesses e questiona a reação de partidos e líderes de esquerda diante de derrotas. Ele afirma que, quando a esquerda está no poder, age de forma autoritária e manipula processos democráticos. “A moda é nos acusar de inimigos da democracia. Mas quem mostra dificuldade de aceitar a democracia é a esquerda, quando a maioria do povo decide por caminhos diferentes do que ela gostaria”, afirma. Como exemplo, ele menciona a Venezuela, onde, segundo ele, o governo frauda eleições.
Além disso, Bolsonaro expressa apoio ao retorno do ex-presidente americano Donald Trump à Casa Branca, que ele descreve como “vitorioso”. Em seguida, ele acusa setores da esquerda de lamentarem o fato de que figuras da direita possam disputar eleições democraticamente. “Esses são os que se apresentam como ‘democratas’, autonomeados ‘salvadores da democracia’, uma democracia que pisoteiam quando podem.”
O ex-presidente também destaca o surgimento de novas lideranças conservadoras, afirmando que a direita está conquistando espaço em diferentes cargos e cita as eleições municipais como exemplo. “Agora mesmo, nas nossas eleições para prefeitos e vereadores, os homens e as mulheres da direita invadiram democraticamente, pela força do voto, a arena política, num tsunami de afirmação poucas vezes visto.”
No artigo, Bolsonaro faz uma comparação entre a vitalidade da direita e o que considera a “irrelevância” da esquerda, que ele descreve como envelhecida e desconectada da vontade popular. “O jardim da política só floresce quando é irrigado pela vontade popular. Quando uma força política se desconecta do sentimento da maioria, é inevitável que definhe”, afirma. Ele conclui que, embora a esquerda possa resistir temporariamente utilizando o aparato estatal, seu destino seria a perda de relevância ou até o desaparecimento.
Bolsonaro encerra o texto reafirmando o compromisso da direita com a liberdade e a democracia, que ele descreve como “o governo do povo”. Ele promete seguir o que considera uma defesa dos valores da sociedade, independente da reação dos “mecanismos tradicionais de formação da opinião pública”. Em tom de apelo, ele diz que a direita continuará “ouvindo o povo” e que seu objetivo é trabalhar por “um futuro melhor para as pessoas, para as famílias e para o nosso Brasil”.
Clique AQUI para ver a coluna na íntegra. (Foto: EBC)
Assessoria/EBC/Caminho Político
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