Radiação emitida pela rede de satélites da empresa de Elon Musk ofusca radiotelescópios, concluem pesquisadores europeus; nova frota em circulação causa 32 vezes mais interferência que modelo anterior.A radiação emitida pelos modelos mais modernos de satélites da Starlink têm "ofuscado" radiotelescópios e dificultado o trabalho de astrônomos, é o que conclui um estudo liderado pelo Instituto Holandês de Radioastronomia (Astron). A Starlink é um braço da SpaceX, companhia de exploração espacial do bilionário Elon Musk. Sua frota é estimada em mais de 6.300 satélites em funcionamento ao redor da Terra – mais da metade dos objetos em órbita –, sendo um terço dela composta por modelos mais recentes, muito mais "brilhantes".
Esse "ruído" é conhecido como radiação eletromagnética não intencional, ou UEMR, e é gerado pelos satélites de propriedade da Starlink e de outras empresas que operam no espaço. Esses equipamentos se movem a 550 km e fornecem internet de banda larga em todo o mundo, geralmente para lugares remotos, como a Amazônia.
Segundo os cientitas envolvidos na pesquisa, a radiação emitida por satélites de segunda geração da Starlinks causa uma interferência 32 vezes maior que a gerada pelos satélites de primeira geração.
Histórico de interferências
Os satélites mais antigos da Starlink, que atualmente compreendem a maior parte da rede, já estiveram na mira da comunidade astronômica quando sua UEMR foi detectada pela primeira vez "poluindo" pesquisas, em 2022.
Benjamin Winkel, cientista do Instituto Max Planck de Radioastronomia que contribuiu para a análise das frotas da Starlink, diz que a interferência está literalmente "cegando" o trabalho da comunidade científica.
"Embora os satélites da geração 1 tenham, de fato, ficado mais escuros no último ano – então a Starlink realmente fez algo com eles [para reduzir os vazamentos de radiação] – a nova geração, infelizmente, parece estar mais brilhante novamente", disse Winkel.
Matthew Ward Agius/Caminho Político
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