GOLPE DE ESTELIONATO: Ex-vendedor de rede de concessionárias Mato Grosso aplicava golpes para venda de carros usados

A Polícia Judiciária do Estado de Mato Grosso está investigando ao menos quatro inquéritos de estelionato contra Gabriel Justo Vitalino Urquiza, ex-funcionário de uma renomada rede de concessionárias que atua no estado. Gabriel teria se aproveitado da confiança adquirida após anos de vínculo empregatício para aplicar um golpe milionário na venda de carros, prejudicando lojistas e compradores de veículos seminovos. As denúncias não param de crescer, e suspeita-se que o número de vítimas seja ainda maior.
De acordo com os relatos registrados em boletins de ocorrência, Gabriel usava sua posição na concessionária Saga Primeira Mão para simular negociações de venda de veículos. “Ele vendia os mesmos carros para diversas pessoas, aproveitando-se da credibilidade e liberdade que possuía dentro da concessionária”, relatou o comerciante J.F.L.P., uma das vítimas. Em maio deste ano, J.F.L.P. registrou um boletim de ocorrência detalhando a compra de sete veículos, entre eles modelos populares como Onix, Cobalt e Sandero. "Os carros eram de propriedade da concessionária, porém paguei diretamente a ele, mas quando cobrei a entrega, Gabriel alegou que os carros estavam aguardando liberação no Grupo Saga, mas após descobrir que a concessionária não entregaria os veículos, percebi que havia sido enganado", explicou.
A rede de vítimas não para em J.F.L.P. Outro empresário, E. F. M., relata que perdeu R$ 103 mil em uma negociação similar. "Verifiquei os veículos no site www.autoavaliar.com.br e acertei o pagamento via Pix diretamente para Gabriel. Depois disso, ele parou de atender minhas ligações", afirma em depoimento à polícia.
O comerciante A.A.M., de Sinop, também sofreu prejuízos. Ele relata que comprou cinco veículos de Gabriel, mas recebeu apenas três, sendo que um estava sem documentação. "Ele sempre dizia que ia resolver, mas depois sumiu", relata A.A.M., que ouviu de outros clientes que estavam na mesma situação.
Além de lesar as vítimas financeiramente, Gabriel fugiu de Mato Grosso, mas continuou a ostentar nas redes sociais, postando fotos em festas e baladas em Goiânia e em São Paulo, muitas vezes ao lado de cantores sertanejos famosos. "É revoltante ver ele se divertindo com o nosso dinheiro enquanto lutamos para reaver o que nos foi roubado", desabafa uma das vítimas, que prefere não se identificar.
A advogada Nathalia Lacerda, que representa uma das vítimas, afirmou que Gabriel não só intermediava as vendas dos veículos usados de propriedade da Saga, como também possuía informações privilegiadas de veículos da concessionária que ainda nem haviam sido anunciados, permitindo que ele aplicasse o golpe com muito mais facilidade. “Gabriel utilizava o cadastro da esposa para efetuar as compras e emitiu notas fiscais em nome dela, sempre com o conhecimento da concessionária”, revela.
A relação íntima de Gabriel com a gerência da concessionária Saga Primeira Mão contribuiu para o sucesso do golpe. Segundo a advogada, “a concessionária negligenciou o controle sobre as transações realizadas por Gabriel e falhou em tomar medidas preventivas, o que caracteriza responsabilidade solidária, conforme o Código de Defesa do Consumidor”. A empresa Saga e seus gerentes estão sendo investigados por possíveis responsabilidades no esquema, e já foram acionados judicialmente pelas vítimas em ações de indenização por danos materiais e morais.
A advogada e autoridades policiais pedem que qualquer pessoa que tenha sido lesada por Gabriel Justo Vitalino Urquiza procure a delegacia mais próxima para registrar a ocorrência e ajudar na localização do criminoso. As investigações seguem em andamento, e há indícios de que o estelionatário tenha deixado o estado de Mato Grosso, sendo visto frequentemente em festas e eventos sociais em Goiânia e em São Paulo.
Enquanto as vítimas aguardam justiça, a polícia trabalha para rastrear os bens de Gabriel e bloquear suas contas bancárias. É fundamental que mais denúncias sejam feitas para que outras pessoas não caiam no golpe.
Assessoria/Caminho Político
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