Chapéu: RECOMEÇO: A história de Orlando, que saiu das ruas e se reinventou como agricultor em Várzea Grande

Sugestão de linha: Aos 58 anos, quando questionado sobre os planos para o futuro, Orlando diz que já se vê concretizando.
Orlando de Souza Carvalho sempre teve em sua vida a presença da agricultura, seus pais sempre foram produtores, mas no início ele não se identificava com a área. Em certo período de sua vida chegou a morar na rua, e para ganhar dinheiro e alimentar o vício de bebidas, começou a trabalhar limpando terrenos e construindo hortas para terceiros, se aproximando cada vez mais do destino de se tornar um agricultor e há dois anos conta com o apoio da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar-MT para crescer.
“Fui ganhando gosto, mexendo aos poucos, e um certo dia uma pessoa me falou: ‘olha a única forma de ganhar dinheiro, sem gastar muito, é plantando, porque a terra retribui’, e assim eu fui criando gosto pela lavoura”, conta o produtor.
Quando sua mãe faleceu, iniciou uma plantação em um terreno deixado por ela em Várzea Grande. Com a falta de água, começou a preservar um pequeno córrego que vivia secando. Em sua primeira plantação, de maneira simples, conseguiu cultivar maxixe e abobrinha. “Com o pouco que colhi, comecei a fazer um comerciozinho, mas sempre desanimado porque aparecia uma praga e não sabia que produto usar e nem adubar, era tudo feito de maneira rústica e assim foi indo”, relata Orlando que continuou persistindo.
O técnico de campo e engenheiro agrônomo, Marcus Vinicius Bervanger de Miranda, auxilia o produtor e explica que no início ele recebia até R$100 por mês com a venda dos produtos, e sua maior dificuldade era a falta de conhecimento. Com a ajuda da ATeG, ele se sente incentivado a investir cada dia mais na olericultura. No mês de abril Orlando chegou a receber R$15 mil fornecendo seus produtos. Ele conta que o técnico de campo, além de ajudá-lo com as metodologias de adubação de plantio e preparar sua documentação para gerenciar seu negócio e agora também fornece para mercados e para merenda escolar nas escolas municipais de Várzea Grande.
“Um dos caminhos que o levou a aumentar a produção, foi a questão da chamada pública que teve aqui na prefeitura. Antes mesmo da chamada pública orientamos ele a se documentar, a fazer o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) e a inscrição estadual para emissão de nota”, explicou Marcus.
O agrônomo se diz satisfeito e feliz por fazer parte da história de Orlando, vendo a propriedade melhorando e colocando as técnicas em prática. “É ainda mais satisfatório observar que o produtor está conseguindo se desenvolver, produzir, vender seus legumes e alcançou uma vida financeira melhor. Um rendimento que tende a aumentar cada vez mais”, disse o técnico de campo.
Aos 58 anos, quando questionado sobre os planos para o futuro, Orlando diz que já se vê concretizando. “Hoje, graças a Deus, estou fornecendo ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) da merenda nas escolas municipais de Várzea Grande. Comecei com um talhão pequeno, já estou no sétimo talhão plantado e pretendo investir ainda mais”, completa o produtor.
Assessoria/Caminho Político
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