Inflação encerra 2023 em 4,62%, abaixo do teto da meta

Apesar de acima das projeções do mercado, IPCA volta a ficar dentro da meta após dois anos seguidos estourando o limite. Em dezembro, taxa ficou em 0,56%, menor marca para o mês desde 2018. A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou o ano de 2023 com alta de 4,62%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (11/01).
O resultado ficou abaixo do teto da meta de inflação, definida em 4,75% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). É a primeira vez desde 2020 que o IPCA não estoura o limite superior da meta. Naquele ano, a inflação fechou em 4,52%. Já em 2021, foi de 10,06% e em 2022, de 5,79%.
A taxa acumulada de 2023 foi divulgada junto com os números de dezembro, mês em que a inflação ficou em 0,56%. Representa uma forte aceleração em comparação com novembro, que registrou 0,28%. Por outro lado, é a menor marca para dezembro desde 2018, quando ficou em 0,15%. Em dezembro de 2022, por exemplo, a inflação havia tido alta de 0,62%.
Os dados para o mês passado e para o ano, apesar de abaixo do teto da meta, ficaram acima das projeções do mercado financeiro. Analistas esperavam altas de 0,49% a 0,50% em dezembro e de 4,55% para o acumulado de 2023, primeiro ano do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Todos os grupos tiveram alta
Em dezembro, todos os nove grupos de produtos e serviços analisados registraram alta. A maior veio de alimentação e bebidas (1,11%), grupo que acelerou em comparação com o mês anterior (0,63%) e exerceu o maior impacto sobre o resultado geral (0,23 ponto percentual).
Com o aumento nos preços da batata-inglesa (19,09%), do feijão-carioca (13,79%), do arroz (5,81%) e das frutas (3,37%), a alimentação no domicílio subiu 1,34%.
Já a alimentação fora do domicílio teve alta de 0,53% em dezembro, enquanto em novembro havia sido de 0,32%. O IBGE dá destaque para as altas do lanche (0,74%) e refeição (0,48%). Esses dois itens também tiveram aumento na comparação com o mês anterior.
"O aumento da temperatura e o maior volume de chuvas em diversas regiões do país influenciaram a produção dos alimentos, principalmente dos in natura, como os tubérculos, hortaliças e frutas, que são mais sensíveis a essas variações climáticas", disse em nota o gerente do IPCA, André Almeida.
O grupo dos transportes (0,48%) foi o segundo que mais contribuiu para o índice geral (0,10 ponto percentual). O preço das passagens aéreas, por exemplo, continuou subindo (8,87%): dezembro foi o quarto mês seguido com variações positivas desse subitem, que representou o maior impacto individual sobre a inflação do país (0,08 ponto percentual).
Gasolina teve deflação
Por outro lado, todos os combustíveis pesquisados (-0,50%) tiveram deflação: óleo diesel (-1,96%), etanol (-1,24%), gasolina (-0,34%) e gás veicular (-0,21%).
"Pelo fato de a gasolina ser o subitem de maior peso entre os 377 pesquisados pelo IPCA, com essa queda, ela segurou o resultado no índice do mês", explicou Almeida. Em dezembro, os preços desse combustível caíram pelo terceiro mês consecutivo.
Já em habitação (0,34%), que desacelerou na comparação com novembro (0,48%), os destaques foram as altas da energia elétrica residencial (0,54%), da taxa de água e esgoto (0,85%) e do gás encanado (1,25%).
Os demais grupos registraram os seguintes resultados: artigos de residência (0,76%), vestuário (0,70%), despesas pessoais (0,48%) , saúde e cuidados pessoais (0,35%), educação (0,24%) e comunicação (0,04%).
ek/le (Agência Brasil, ots)Caminho Político
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