Módulo Peregrine 1, desenvolvido pela empresa Astrobotics, vai analisar níveis de radiação e composição da superfície lunar. É mais um passo preparatório para o envio da primeira leva de astronautas à Lua desde 1972. Os Estados Unidos lançaram nesta segunda-feira (08/01) o primeiro foguete rumo à superfície da Lua em mais de 50 anos, em uma iniciativa liderada pelo setor privado. O foguete Vulcan Centaur, desenvolvido pela United Launch Alliance (ULA), decolou com sucesso da base de lançamentos em Cabo Canaveral, na Flórida, transportando o módulo lunar Peregrine 1, da empresa Astrobotic Technology. O Peregrine 1 realizará uma viagem de 46 dias até a Lua. O pouso está previsto para 23 de fevereiro em uma região de latitude média chamada Sinus Viscositatis, ou Baía da Aderência.
O foguete da ULA – uma joint venture das empresas aeroespaciais Lockheed Martin e Boeing – possui motores de propulsão inicial reutilizáveis, o que deve resultar em uma economia de custos.
A bordo da Peregrine 1 estão diversos equipamentos científicos que vão analisar os níveis de radiação e a composição da superfície lunar, como parte da preparação para o envio da primeira leva de astronautas à Lua desde 1972, quando foi realizada a última missão tripulada do programa Apollo.
Outros itens transportados pelo módulo de 1,90 metro de altura são um rover lunar do tamanho de uma caixa de sapatos desenvolvido pela Universidade Carnegie Mellon, uma moeda da Bitcoin e uma pedra do monte Everest.O módulo também transporta cinzas e amostras de DNA do criador da série de televisão Jornada nas Estrelas, Gene Roddenberry, e do escritor de ficção científica Arthur C. Clarke.
O estágio superior do Vulcan Centaur, que circulará ao redor do Sol depois de ejetar o módulo lunar, transporta restos mortais de atores do elenco de Jornada nas Estrelas e de amostras de cabelo dos presidentes americanos George Washington, Dwight D. Eisenhower e John F. Kennedy.
Corrida espacial no setor privado
Os EUA se voltaram para o setor comercial para estimular iniciativas que possibilitem enviar equipamentos à Lua com custos mais baixos por meio do programa Serviços de Carga Útil Comercial Lunar (CLPS), que também tem como objetivo realizar missões comerciais encomendadas por clientes.
A Astrobotic, sediada em Pittsburg, poderá ser a primeira empresa privada a realizar um pouso na Lua – algo que só foi atingido até hoje por quatro países. A companhia, porém, enfrenta a concorrência da Intuitive Machines, de Houston, que também desenvolveu um módulo lunar, cuja decolagem está prevista para fevereiro. É possível que o módulo da Intuitive Machines chegue à superfície lunar antes do Peregrine 1, por adotar uma trajetória mais direta até o polo sul da Lua.
A agência espacial americana Nasa financiou as duas empresas com milhões de dólares para desenvolver e lançar novos módulos lunares. O objetivo também é transportar equipamentos e realizar experiências científicas, além de trabalhos encomendados por empresas particulares.
O novo programa da Nasa intitulado Artemis – nome da irmã gêmea do deus Apolo na mitologia grega – almeja transportar seres humanos para a Lua nos próximos anos. Está planejada inicialmente uma missão à órbita lunar tripulada por quatro astronautas, que deve ocorrer até o final do ano.
Os países que conseguiram realizar pousos suaves na Lua com sucesso foram a União Soviética, em 1966, seguida dos Estados Unidos – o único país a colocar astronautas na superfície lunar. A China realizou três pousos na última década. O último país a conseguir completar um pouso sucesso foi a Índia, no ano passado.
rc/bl (AFP, AP)Caminho Político
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