Trabalho de reinserção social de adolescentes em conflito com a lei é tema de podcast

As oportunidades proporcionadas pela Fundação Nova Chance (Funac), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), na reinserção de adolescentes em conflito com a lei foram destaques do 43º episódio do podcast Conecta Jovem, do Governo de Mato Grosso. A Funac presta atendimento nas áreas de saúde, educação, trabalho, profissionalização, jurídico, psicossocial, além da regularização de documento civil.
Desde que foi instituída em 2017, mais de 10 mil atendimentos foram realizados pela Funac. Atualmente, mais de 1.200 pessoas estão inseridas no mercado de trabalho em 22 municípios de Mato Grosso, através do trabalho desenvolvido pela fundação.
“Nossa missão legal é contribuir para essa reinserção social de homens e mulheres privados de liberdade e egressos do sistema [prisional e socioeducativo]. São pessoas que entram no sistema por já estarem em vulnerabilidade. Saem de lá com uma somatória maior ainda de vulnerabilidade, com o estigma de tornozelados, com equipamento no pé. Documentação civil, quando tinham, extraviou. Às vezes não são da cidade, são do interior e chegam na Capital. É sempre uma nova chance. É importante estarmos lá para contribuir na reinserção. Isso depende deles, mas da gente também. Tudo que a gente investe é nessa qualificação, é no retorno para a sociedade, para conviver harmoniosamente”, destaca a diretora executiva da Funac, Beatriz Dziobat.
No episódio, a diretora executiva fala, ainda, sobre os atendimentos voltados para a educação. Segundo ela, são ofertados cursos profissionalizantes e aplicadas as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) aos reeducandos em regime fechado, semiaberto e prisão domiciliar. Até o momento, 14 pessoas ingressaram no ensino superior em universidade pública.
Também entrevistado no podcast pelo apresentador Israel Prates, o juiz Tiago Souza Nogueira de Abreu, da Vara Especializada da Infância e Juventude de Várzea Grande, enfatiza a importância da atuação no núcleo familiar, para evitar o envolvimento de adolescentes em atos infracionais e da atuação na área social.
“Precisamos atacar a fonte do problema, a base. E qual é o grande problema? Desestrutura familiar. A maioria, 99% dos casos de menores envolvidos [em atos infracionais], tem família desestruturada. Isso eu falo porque todo dia estou ouvindo menores nas audiências. O pai muitas vezes não está presente, é desconhecido e o filho é criado pela mãe. A mãe tem que trabalhar o dia inteiro, tendo um, dois, três empregos. A filha de 6 anos cuida da filha de 4. E normalmente a mãe tem 4, 5, 6 filhos. Esse problema tem que ser atacado. Como vai ser atacado? Com programas sociais efetivos", comentou.
Assessoria/Caminho político
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