Chanceler alemão promete punir com o rigor da lei quem glorificar os atos de violência contra Israel e bane manifestações em prol do grupo terrorista. Ele criticou Autoridade Palestina por não condenar as ações do Hamas. O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, ofereceu ajuda militar a Israel em sua reação aos ataques terroristas do Hamas nos últimos dias e proibiu manifestações ou atividades em prol da organização islamista no país.Em pronunciamento ao Bundestag (Parlamento alemão) nesta terça-feira (12/10), Scholz sublinhou a responsabilidade histórica da Alemanha em relação à segurança de Israel. Ele disse que conversou com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, e ofereceu toda a ajuda que Israel precisar, inclusive no tratamento dos feridos.
"Nesse momento, há apenas um lugar para a Alemanha. Esse lugar é ao lado de Israel”, disse o chanceler aos parlamentares. "Nossa história, nossa responsabilidade resultante do Holocausto, nos deixa com uma missão perpétua de defender a segurança do Estado de Israel”, afirmou, referindo-se ao massacre de judeus promovido pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Scholz ressaltou que milhares de pessoas no país manifestaram apoio a Israel nos últimos dias, mas destacou que "houve também outras imagens vergonhosas da Alemanha no último fim de semana”.
Na noite de sábado, dezenas de pessoas se concentraram no distrito de Neukölln, em Berlim, para celebrar o massacre de israelenses pelo Hamas. Exibindo bandeiras palestinas, membros do grupo entoaram cantos contra Israel e distribuíram doces para os participantes em uma área da capital alemã que conta com uma comunidade muçulmana significativa.
"Isso é desprezível, é desumano e contradiz todos os valores com os quais estamos comprometidos como nação", disse Scholz. "Não aceitaremos o ódio e o incitamento sem agirmos. Não toleramos o antissemitismo."
Tolerância zero contra o antissemitismo
O chanceler disse que a Alemanha vai banir as atividades do Hamas ou em prol do grupo no país. A organização islamista é classificada como um grupo terrorista por vários países, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia (UE).
Scholz pegou tolerância zero contra o antissemitismo e disse que o grupo pró-Palestina Samidoun, uma rede de apoio a prisioneiros palestinos que esteve por trás das manifestações do fim de semana, será banido do país.
"Quem glorificar os crimes do Hamas ou seus símbolos estará cometendo uma ofensa com punição prevista por lei na Alemanha. Quem exaltar a morte e o assassinato ou pedir o cometimento de crimes será punido pela lei. Quem queimar bandeiras de Israel estará cometendo um ato criminoso. Quem apoiar organizações terroristas como o Hamas estará sujeito a punições."
O chanceler disse que as agências de segurança federal e dos estados devem punir qualquer pessoa que cometer esses atos, utilizando os meios previstos no Estado de direito. "Esses meios incluem expressamente a proibição de associações e suas atividades", referindo-se às várias agremiações existentes no país que representam grupos estrangeiros. "O Estado de direito está presente."
Segundo estimativas do Departamento Federal de Proteção à Constituição, o serviço de inteligência interna da Alemanha, encontram-se em solo alemão em torno de 450 apoiadores do Hamas, muitos dos quais são cidadãos alemães, embora não haja uma ramificação do grupo no país. Algumas agremiações que eram mais próximas ao Hamas já foram banidas da Alemanha há alguns anos.
Scholz critica silêncio de Abbas
O chanceler também criticou a falta de uma condenação clara dos ataques do Hamas por parte do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, dizendo que "o silencio deles é vergonhoso". A Alemanha suspendeu a assistência fornecida pelo país ao desenvolvimento dos territórios palestinos, mas manteve a ajuda humanitária.
Scholz também condenou o papel do Irã na região. "Não temos evidências claras de que o Irã tenha fornecido de maneira concreta apoio operacional a esse ataque covarde do Hamas", afirmou. "No entanto, está claro para nós que, sem o apoio iraniano nos últimos anos, o Hamas não teria a capacidade de realizar esses ataques sem precedentes no território israelense."
rc (DPA, AP)Caminho político
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