Ex-presidente dos EUA é investigado na Geórgia em um processo criminal em que é acusado de tentar reverter a sua derrota naquele estado nas eleições presidenciais de 2020. Ele foi liberado após pagar fiança.O ex-presidente americano Donald Trump se apresentou nesta quinta-feira (24/08) à polícia do condado de Fulton, na Geórgia, no âmbito de um processo criminal em que é acusado de tentar reverter a sua derrota no estado nas eleições presidenciais de 2020. Trump permaneceu detido tecnicamente por cerca de 20 minutos, foi fichado, pagou fiança e acabou sendo liberado. As autoridades registraram as digitais e a "mugshot" (fotografia de réu) do ex-presidente.
Na terça-feira, o republicano anunciou em sua rede social, a Truth Social, que se apresentaria à Justiça. Na mensagem, Trump afirmou que a sua "viagem" à cidade de Atlanta não seria por ter cometido um homicídio, mas por ter "feito uma ligação".
O ex-presidente se referia a um dos principais trunfos da acusação: a gravação em que ele pede ao secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, para "encontrar" votos suficientes para vencer naquele estado, com o intuito de afastar o então candidato democrata, o atual presidente Joe Biden, da Casa Branca. A chamada telefônica em questão foi feita em 2 de janeiro de 2021.
Este é o quarto processo criminal contra o ex-presidente dos Estados Unidos e o segundo em que ele é acusado de tentar subverter os resultados da votação.
Na segunda-feira, a fiança de Trump neste processo foi fixada em 200 mil dólares. Além disso, o ex-governante e atual candidato à nomeação republicana para as eleições presidenciais de 2024 está proibido de contatar e de intimidar outros arguidos ou testemunhas do processo, inclusive nas redes sociais.
Outros investigados
A procuradora Fani Willis estabeleceu prazo até o meio-dia desta sexta-feira (horário local) para que Trump e os outros 18 arguidos do processo se entregassem na prisão do condado de Fulton para serem notificados.
Entre os acusados estão também o antigo advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, que se apresentou na quarta-feira, bem como o seu ex-chefe de gabinete, Mark Meadows, que se apresentou nesta quinta.
Willis propôs que a leitura das acusações aos arguidos decorra na semana de 5 de setembro e que o caso vá a julgamento em março.
Meadows foi liberado após ter impressões digitais coletadas, fazer uma fotografia para o seu processo judicial e pagar uma fiança de 100 mil dólares. Ele foi um dos primeiros republicanos a ficar do lado de Trump antes das eleições de 2016 e, desde então, tornou-se um dos seus homens de confiança, trabalhando para o ex-presidente como chefe de gabinete na Casa Branca entre março de 2020 e janeiro de 2021.
A procuradoria acusa-o de encorajar a crença na fraude e de pressionar para tentar adiar a sessão conjunta do Congresso de 6 de janeiro de 2021, quando a vitória de Biden foi certificada e o edifício do Capitólio atacado por uma multidão de apoiantes republicanos.
Giuliani, ex-advogado pessoal de Donald Trump e ex-prefeito de Nova York, foi libertado após pagar fiança de 150 mil dólares. Aos 79 anos, ele é acusado de liderar os esforços de Trump para obrigar os legisladores estaduais na Geórgia e em outros estados a nomear ilegalmente eleitores favoráveis a Trump.
Além disso, ele é investigado por fazer declarações falsas e solicitar falsos testemunhos, conspirar para criar documentação falsa e pedir aos legisladores estaduais que violassem o seu juramento.
Giuliani negou qualquer irregularidade, argumentando que tinha o direito de levantar questões sobre o que acreditava ser uma fraude eleitoral. Classificou ainda a acusação de "uma afronta à democracia americana".
Troca de advogado
Pouco antes de se apresentar nesta quinta, Trump decidiu substituir a equipe de advogados encarregados de sua defesa no caso contra ele na Geórgia.
Segundo a CNN, Drew Findling, o advogado que defendeu Trump no caso, será substituído por Steven Sadow, um profissional com escritório em Atlanta cujo site o define como um "assessor jurídico especial para a defesa de crimes de colarinho branco e casos de alto perfil".
Uma fonte próxima de Trump explicou à emissora que a substituição não ocorre devido ao desempenho de Findling, enquanto outra justificou que Sadow é "o melhor advogado de defesa criminal da Geórgia".
Em um comunicado, o novo advogado de Trump argumentou que o ex-presidente nunca deveria ter sido acusado neste caso e que é "inocente de todas as acusações contra ele".
Também acrescentou que sua equipe espera que o caso seja arquivado ou que um júri de "mente aberta" acabe declarando Trump inocente. Ele também acusou os promotores de agirem a pedido dos opositores do republicano.
"Os promotores que tentaram promover ou servir as ambições dos opositores do [ex-]presidente [Trump] não têm lugar no nosso sistema judicial", afirmou o advogado.
le (Lusa, EFE, ots)Caminho político
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