Os alimentos que mais variaram de preço no mês têm relações voltadas às questões climáticas e mercadológicas de preço e produção. O Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT) divulgou o boletim mensal da cesta básica do mês de maio e revela um aumento de 0,75% em seu valor médio no comparativo com o mês anterior, totalizando R$ 765,53. A alta interrompe uma tendência de queda observada nos últimos três meses.
O resultado atual somente é menor do que São Paulo e Porto Alegre, que possuem o primeiro e o segundo valores mais caros do Brasil, respectivamente, segundo o Dieese. No mês anterior, a capital cuiabana permanecia no quarto lugar, o que evidencia um crescimento em seu preço.
O superintendente da Fecomércio-MT, Igor Cunha, também destaca o avanço no preço da cesta em Cuiabá, dentre as capitais analisadas pelo Dieese. “Tal fator consolida a alta nos preços dos alimentos na capital, inclusive, no comparativo com o mesmo período de 2022, apresentando um crescimento de 9,28%, quando a cesta custava R$ 700,55”.
Cerca de 54% dos alimentos que compõem o mantimento apresentaram crescimento em seu valor médio. O aumento no valor da cesta foi influenciado, principalmente, pelo preço do tomate e da batata, que obtiveram crescimento mensal de 7,25% e 4,39%, respectivamente.
Segundo análise do IPF-MT, o avanço no preço do tomate pode estar associado ao período de transição de uma safra para outra, com redução da oferta do fruto. Além disso, as temperaturas baixas de alguns períodos retardam a maturação do fruto, contribuindo para uma menor disponibilidade do produto nos mercados.
Com relação à batata, as chuvas nas regiões produtoras prejudicaram a colheita do tubérculo, restringindo a oferta do produto, interrompendo uma sequência de três meses em queda.
Igor cunha reforça que “os alimentos que mostram maiores variações no mês de maio, possuem relação nessas modificações voltadas as questões climáticas e mercadológicas de preço e produção, como o caso do óleo de soja e a farinha de trigo”.
A queda no preço do óleo de soja, de 5,85%, pode estar ligada as baixas cotações da soja no mercado internacional e o resultado recorde de soja no estado, o que acaba por baratear os custos de produção do item. Tal condição tem possibilitado que o produto contabilize a quarta queda mensal no seu preço.
Já a farinha de trigo, que apresentou recuo de 2,23% em relação ao mês anterior, pode estar atrelado à renovação do acordo de exportação entre a Rússia e a Ucrânia, que mantém a oferta global do produto, já que ambos os países são grandes produtores de trigo. Ainda conforme o IPF-MT, a diminuição no preço da matéria-prima da farinha mantém os custos de produção baixos.
“Na comparação com outras 17 cidades, a capital mato-grossense segue tendência de crescimento junto com outras sete. O contexto atual do estado é de uma das menores taxas de desemprego do país, além de outros dados positivos, que podem influenciar na renda disponível pelas famílias e, consequentemente, no comportamento dos preços locais”, completou o superintendente da Fecomércio-MT.
O Sistema S do Comércio, composto pela Fecomércio, Sesc, Senac e IPF em Mato Grosso, é presidido por José Wenceslau de Souza Júnior. A entidade é filiada à Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que está sob o comando de José Roberto Tadros.
Assessoria/Caminho Político
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