Na Escola Estadual Professor João Crisostomo De Figueiredo, em Cuiabá, a robótica mostrou que a tecnologia educacional é também inclusiva. “A estudante Letícia Vitória Silva, que é surda, aprovou a experiência e se sentiu incluída”, relata Edivaldo Yuzo Shimokawa, professor de matemática que faz parte do grupo que recebeu formação da Robótica Lego Sim Inova em 2022. No caso das aulas com Letícia Vitória, outro fator importante de inclusão foi a participação da intérprete da língua de sinais, Emanuelle Freire Galvão.
Com metodologias ativas, ludicidade e cooperação, a robótica mostrou para Letícia as possibilidades que a tecnologia traz para a rotina do estudante surdo. “Ela conseguiu entender bem o que foi explicado a respeito do princípio da robótica”, conta Emanuelle, que enfatiza as vantagens do uso de cores e do trabalho em equipe: “Como o surdo é muito visual, a montagem chamou muito a atenção dela e de todos do grupo sobre o propósito das aulas de robótica”.
As novidades para esse ano letivo são os kits dos Projetos ETC para estudantes e formação para professores e, também, a plataforma de prototipagem eletrônica com microcontrolador, notebooks e formação da Robótica Educacional Sustentável. Este último está em processo de análise final pela Procuradoria Geral do Estado (PGE).
Por meio de atividades lúdicas, os robôs educacionais montados a partir de kits prontos auxiliam os estudantes a desenvolver pensamento matemático e computacional, principalmente. O investimento em robótica, inédito na educação pública estadual, permite o desenvolvimento de habilidades e competências importantes para o crescimento humano e tecnológico dos estudantes. Nas aulas, há a contextualização, o desenvolvimento de protótipos e o compartilhamento de experiências em que dividem responsabilidades, promovendo o protagonismo estudantil.
O professor Edivaldo Santos acompanha o comportamento de outros estudantes com algum tipo de deficiência e revela que a inclusão é surpreendente. “Em outra turma que mediei a aula de robótica, a estudante que mais se empenhou foi uma que tem deficiência intelectual”, diz. “Então, percebi que eles são os que mais se interessaram pela aula de robótica e inspiram outros estudantes”.
A robótica educacional permite o desenvolvimento de inúmeras habilidades e competências, mas também o respeito. “Foi satisfatório fazer parte deste momento. Ver um estudante surdo tendo acesso a esse tipo de conhecimento que a robótica fornece nos enche de alegria e de motivação. Ele se sente importante e incluído nas atividades. Nota 10 para essa iniciativa da educação pública de Mato Grosso”, comemora Emanuelle.
Assessoria/Caminho Político
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