CIÊNCIA: Pesquisadores estudam uso de árvore nativa no controle de colesterol e diabetes

Cerca de 25% dos medicamentos disponíveis no mercado, são oriundos de produtos naturais, usando composição química das plantas medicinais. Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) estudou compostos bioativos da árvore conhecida como Cedro (Cedrela odorata) para o controle do colesterol e diabetes. Coordenados pela dra. Mayara Peron Pereira, os pesquisadores tiveram resultados promissores no uso de compostos para o tratamento de excesso de gordura no sangue.
O denominado “Estudo químico-farmacológico dos polifenóis da Cedrela odorata sobre a síntese hepática de ácidos graxos” é desenvolvido no campus de Cuiabá da UFMT e é fomentado pelo Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat).
A coordenadora da pesquisa, Mayara Peron, lembra que o cedro já é utilizado de forma empírica pela população de Mato Grosso e esse estudo pode corroborar par o uso seguro e eficaz da espécie. Além disso, o trabalho aumenta o conhecimento sobre o uso sustentável da região amazônica e do Cerrado. “Esse trabalho visa fomentar a pesquisa multidisciplinar entre os bolsistas e demais participantes do projeto, estimular a participação de meninas e mulheres na pesquisa na área da Química”, afirma a pesquisadora.Estudos anteriores com a entrecasca da espécie demonstraram a presença de polifenóis como ácido gálico, galocatequina e catequina. Os polifenóis possuem diversos efeitos biológicos, como modulação da atividades de enzimas, efeito antibiótico, antialérgico e anti-inflamatório.
No estudo, esses compostos se mostraram promissores na redução de lipídeos no sangue de animais induzidos a esta situação, além de ter demonstrado atividade anti-hiperglicêmica, ou seja, foi capaz de impedir o aumento da concentração de açúcar no sangue. Os níveis elevados de gordura no sangue, ou dislipidemia, podem levar a obstrução parcial ou total do fluxo sanguíneo, ocasionado doenças cardiovasculares, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Cerca de 25% dos fármacos comercialmente vendidos são oriundos de produtos naturais. Os estudos científicos vêm relacionando a composição química de plantas medicinais com seus efeitos biológicos, a fim de confirmar ou não a indicação do seu uso.
Todo o processo de descoberta e desenvolvimento de um novo fármaco, se inicia na fase pré-clínica, com a identificação de compostos químicos que possam intervir na função fisiológica ou patológica, causando um efeito terapêutico adequado. A fase pré-clínica deste estudo, envolve a área da Química Medicinal, com aspectos da Química e das Ciências Biológicas, Médicas e Farmacêuticas.
Widson Ovando/Caminho Político
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