Ministros europeus aprovam preparação de lista de autoridades do país que serão alvo da medida. União Europeia pretende aplicar punições contra responsáveis por violência policial nos protestos e por fraude eleitoral. A União Europeia (UE) aprovou nesta sexta-feira (14/08) a aplicação de sanções contra Belarus e irá preparar uma lista com nome de autoridades do país que serão alvo da punição. A medida é uma resposta à sangrenta repressão a protestos que contestam o resultado da controversa eleição presidencial. A decisão foi tomada durante uma reunião dos 27 ministros do Exterior do bloco. Sanções deverão ser aplicadas contra os responsáveis pela violência policial aplicada contra os manifestantes e pela fraude eleitoral, afirmou a ministra do Exterior da Suécia, Ann Linde.
Assim que a lista com o nome dos sancionadas for concluída, os Estados membros do bloco precisam aprová-la, mas nenhum deles se opôs a proposta na reunião desta sexta-feira. Antes do encontro, líderes de diversos países europeus pediram ações contra o governo de Belarus, principalmente os vizinhos, Polônia e Lituânia.
Os dois países e a Letônia afirmaram ainda estar prontos para mediar uma tentativa de resolver a crise causada pela eleição, que Bruxelas já disse não ter sido "justa e nem livre". A Lituânia se ofereceu ainda para receber e tratar os manifestantes que ficaram feridos nos protestos.
Após o anúncio das sanções, a Rússia criticou a resposta da UE, alegando ser "uma tentativa clara de interferência externa com o objetivo de dividir a sociedade e desestabilizar a situação".
Diversos protestos eclodiram no país após o anúncio de que o líder da Belarus, Alexander Lukashenko, havia conquistado uma vitória esmagadora nas eleições presidenciais e se encaminhava para permanecer mais cinco anos no poder. Chamado de o "último ditador da Europa", Lukashenko comanda Belarus desde 1994. Opositores afirmam que o pleito não passou de uma eleição de fachada marcada por fraudes.
Os protestos estão sendo reprimidos com violência e milhares de manifestantes foram presos. Entre os detidos estão cerca de 70 jornalistas. Muitos dos presos já foram libertados e denunciaram terem sido vítimas de maus-tratos durante a detenção. Alguns foram levados direto para o hospital após a soltura.
Novos protestos são esperados no país no fim de semana. A principal líder da oposição, Sviatlana Tsikhanouskaya, encorajou prefeitos de Belarus a organizarem manifestações pacíficas contra o resultado da eleição, enquanto pediu o fim da violência. Falando em um vídeo postado no Youtube nesta sexta-feira, ela também pediu ao povo bielorrusso que assine uma petição exigindo uma investigação oficial sobre fraude eleitoral e uma recontagem dos votos.
Tsikhanouskaya, principal candidata oposicionista à presidência do país, fugiu para a vizinha Lituânia na terça-feira após a eleição, temendo por sua segurança.
Lukashenko vem reivindicando a vitória no pleito de domingo. A comissão eleitoral do país, controlada por seu governo, deu vitória a Lukanshenko. Segundo o resultado oficial, divulgado nesta sexta-feira, ele recebeu 80,1% dos votos, enquanto Tsikhanouskaya ficou com 10,1%.
A oposição, no entanto, afirma que o pleito foi marcado por fraudes sistemáticas e por perseguição aos opositores.
CN/dpa/apf/rtr/cp
Caminho Politico
Comentários
Postar um comentário