"Nova metodologia de divulgação de dados da Covid-19 repercute nos discursos em Plenário"

Para deputados de oposição, houve tentativa de ocultar número de vítimas. Já o líder do governo defendeu o novo sistema do Ministério da Saúde.As mudanças na metodologia de divulgação de dados sobre a Covid-19 pelo Ministério da Saúde repercutiram entre os deputados na sessão plenária desta terça-feira (9). Para o líder do PT, deputado Enio Verri (PT-PR), o governo tentou “ocultar cadáveres” e esconder a própria incompetência.

“As mortes são resultado da falta de Estado. Nosso País não tem um presidente da República”, disse. Essa foi a mesma avaliação do líder do PSB, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ). Segundo ele, o governo tentou esconder os dados e foi brecado por uma mobilização do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde e por órgãos de imprensa que se uniram para atualizar os dados. Também houve liminar do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinando que o governo divulgue os dados.

“O governo já havia sido derrotado e decidiu recuar. O governo tentou esconder os dados, camuflar o número de mortos”, afirmou Molon.

Porém, para o líder do governo, deputado Vitor Hugo (PSL-GO), o Ministério da Saúde apenas construiu um banco de dados para deixar as informações sobre a Covid-19 ainda mais transparentes.

“O governo federal adota essa ação não para negar os dados, pelo contrário, para possibilitar o acesso on-line e imediato aos dados. Temos certeza de que isso vai permitir aos gestores fazer planejamentos que sejam mais específicos, mais precisos e gerar eficácia”, afirmou Vitor Hugo.

Ministro interino

Mais cedo, o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, negou que o governo tivesse alterado a plataforma de divulgação de informações sobre a Covid-19 com o objetivo de omitir o total de casos confirmados da doença e o de brasileiros mortos desde o início da pandemia.

Segundo ele, a nova plataforma de consolidação das informações, que começou a funcionar nesta segunda-feira (8), vem sendo desenvolvida há 20 dias e tem como objetivo permitir o acesso a todos os dados sobre a doença em tempo real.

Reportagem – Tiago Miranda

Edição – Régis Oliveira

Foto: Maryanna Oliveira

Caminho Político