A decisão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de fechar 27 das 92 unidades de sua rede de armazéns nas cinco regiões do Brasil preocupou debatedores em audiência pública na Câmara. A comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural realizou audiência pública nesta terça-feira (10) sobre o assunto.A decisão faz parte de um plano de modernização da Conab iniciado em 2016 e encerrado em 2018. Segundo os críticos, o que se pretende é privatizar os serviços de armazenagem sob a desculpa de que a iniciativa privada pode desempenhar essa função melhor do que o poder público. O secretário de Política de Agricultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Antonino Rovaris, critica a medida tomada pela Conab.
"O que nós estamos preocupados, na verdade, é de que isso pode ser o início da total privatização da Conab, que é o que a gente está ouvindo nos bastidores do governo, e de tudo o que é, digamos, não rentável, está apto a ser privatizado."
Modernização
O superintendente de armazenamento da Conab, Stelito Assis, negou que a intenção do governo seja privatizar completamente a empresa. Ele lembrou que o que ocorreu foi um processo de reinvenção e restruturação da Conab para adequar a empresa aos momentos de dificuldade orçamentária pelos quais passa o País.
"Pelo contrário, nós, na Conab, percebemos um esforço muito forte do Ministério da Agricultura de manter a empresa e modernizá-la. E essa modernização, claramente, vai fazer com que os programas de segurança de preço continuem sendo utilizados de forma melhor ainda do que é feito hoje."
A desmobilização dos armazéns ocorre em sua maioria na região Centro-Oeste. Segundo a Conab, a região Nordeste foi preservada.
Reportagem - Claudio Lessa
Edição - Geórgia Moraes
Caminho Político
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