Líderes da oposição pediram o adiamento da análise da reforma da Previdência (PEC 6/19) para a semana que vem. Eles estiveram reunidos nesta terça-feira (11) com o presidente da comissão especial que analisa a proposta, deputado Marcelo Ramos (PL-AM). Ele confirmou para esta quinta-feira (13), às 9h30, a leitura do parecer do relator, Samuel Moreira (PSDB-SP).
No entanto, Ramos disse que, se houver apelo da maioria, pode adiar a discussão da proposta. “Vou conversar com outros líderes para discutir procedimentos de votação. Não me interessa abrir a discussão da matéria num processo tenso, conflituoso e desqualificado”, disse.
Oposição
A líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), disse que os líderes da oposição querem o adiamento porque o momento não é de “normalidade democrática”. Ela defendeu um posicionamento do Congresso sobre o conteúdo das mensagens entre o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o procurador-chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol, divulgadas pelo site The Intercept Brasil no último domingo.
“Toda nossa atenção deve estar voltada para a investigação desses fatos. O Parlamento precisa agir como instituição, não é uma questão da esquerda, é um problema da democracia”, argumentou Feghali.
A oposição também pediu nova reunião com o relator da reforma para conhecer as mudanças propostas no texto. O encontro foi marcado para as 10 horas desta quarta-feira (12), na liderança da minoria.
Marcelo Ramos reconhece que as denúncias contra Sérgio Moro influem no ânimo da oposição, mas afirmou que fará um esforço para blindar a pauta econômica. “É preciso isolar a instabilidade política e dar uma chance de o Brasil andar para a frente”, disse.
Acordo
Ramos tenta um acordo de procedimentos para que a oposição abra mão da obstrução regimental pela votação nominal de todos os destaques apresentados à reforma da Previdência.
O presidente da comissão acredita que a discussão do texto levará de duas a três sessões, dependendo do número de inscritos. Pelo regimento, todos os deputados que se inscreverem, incluindo não membros da comissão, têm direito de falar. “A não ser que seja aprovado requerimento para suspender discussão, essa é a regra”, explicou. Durante a discussão da reforma de Michel Temer, na legislatura passada, foram mais de 90 inscritos para discutir a proposta.
Reportagem – Geórgia Moraes
Edição – Wilson Silveira
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