"Protestos ocorrem em todo o país exigindo justiça após aumento dos ataques e profanações contra judeus e locais judaicos, Macron diz que antissemitas "não são dignos da República da França". Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas na França nesta terça-feira (19/02) para protestar contra o aumento do antissemitismo no país, após uma série de ataques e profanações ocorridas nas últimas semanas, que culminaram com suásticas e frases contra judeus pichadas em mais de 90 lápides de um cemitério judaico. Líderes políticos de vários partidos, incluindo os ex-presidentes François Hollande e Nicolas Sarkozy, se juntaram à multidão na histórica Praça da República em Paris, sob o slogan "Basta". Este foi um dos cerca de 70 locais em todo o país onde ocorreram manifestações pró-judaicas, incluindo as cidades de Lille, Toulouse e Marselha.O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou o cemitério do vilarejo de Quatzenheim, próximo a Estrasburgo, e prestou homenagens às 96 sepulturas profanadas pelos vândalos. "Quem quer que tenha feito isso não é digno da República francesa e será punido", afirmou o presidente. "Vamos aplicar a lei e os puniremos" afirmou. Mais tarde, Macron visitou o memorial do Holocausto em Paris acompanhado dos líderes do Senado e da Assembleia Nacional. A França abriga a maior comunidade judaica da Europa, com cerca de 550 mil pessoas. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, essa população aumentou mais do que a metade, mas os ataques antissemitas ainda permanecem como algo comum. Estatísticas do governo afirmam que apenas no ano passado foram mais de 500 ocorrências, o que equivale a um aumento de 74% em relação a 2017. Na semana passada, suásticas foram pichadas em caixas de correios que exibiam o rosto da sobrevivente do Holocausto, Simone Veil, uma das personalidades políticas mais reverenciadas da França. Em outro caso, a palavra Juden (judeus, em alemão) foi escrita em letras amarelas na fachada de uma padaria judaica em Paris, em clara referência ao passado nazista.O memorial ao jovem judeu Ilan Halimi, morto em 2006 aos 23 anos após ser sequestrado e torturado, também foi profanado. Uma árvore plantada em sua homenagem no local onde ele foi encontrado pouco antes de morrer foi cortada ao meio. Nos últimos dias, os manifestantes do movimento dos "coletes amarelos", que realizam uma série de protestos contra o governo Macron, vêm sendo acusados de antissemitismo. Imagens de vídeo mostram o escritor judeu e sobrevivente do Holocausto Alain Finkielkraut cercado por vários membros do grupo sendo alvo de abusos e xingamentos. Uma pesquisa apontou que quase a metades dos apoiadores dos coletes amarelos acredita que exista uma "conspiração sionista" global e em outras teorias conspiratórias. O antissemitismo na França é atribuído à extrema direita, mas também se espalhou entre extremistas pró-palestinos e indivíduos radicalizados em algumas comunidades muçulmanas do país. RC/rtr/afp/cp
Protestos ocorrem em todo o país exigindo justiça após aumento dos ataques e profanações contra judeus e locais judaicos, Macron diz que antissemitas "não são dignos da República da França". Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas na França nesta terça-feira (19/02) para protestar contra o aumento do antissemitismo no país, após uma série de ataques e profanações ocorridas nas últimas semanas, que culminaram com suásticas e frases contra judeus pichadas em mais de 90 lápides de um cemitério judaico. Líderes políticos de vários partidos, incluindo os ex-presidentes François Hollande e Nicolas Sarkozy, se juntaram à multidão na histórica Praça da República em Paris, sob o slogan "Basta". Este foi um dos cerca de 70 locais em todo o país onde ocorreram manifestações pró-judaicas, incluindo as cidades de Lille, Toulouse e Marselha.O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou o cemitério do vilarejo de Quatzenheim, próximo a Estrasburgo, e prestou homenagens às 96 sepulturas profanadas pelos vândalos. "Quem quer que tenha feito isso não é digno da República francesa e será punido", afirmou o presidente. "Vamos aplicar a lei e os puniremos" afirmou.
Mais tarde, Macron visitou o memorial do Holocausto em Paris acompanhado dos líderes do Senado e da Assembleia Nacional.
A França abriga a maior comunidade judaica da Europa, com cerca de 550 mil pessoas. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, essa população aumentou mais do que a metade, mas os ataques antissemitas ainda permanecem como algo comum. Estatísticas do governo afirmam que apenas no ano passado foram mais de 500 ocorrências, o que equivale a um aumento de 74% em relação a 2017.
Na semana passada, suásticas foram pichadas em caixas de correios que exibiam o rosto da sobrevivente do Holocausto, Simone Veil, uma das personalidades políticas mais reverenciadas da França. Em outro caso, a palavra Juden (judeus, em alemão) foi escrita em letras amarelas na fachada de uma padaria judaica em Paris, em clara referência ao passado nazista.O memorial ao jovem judeu Ilan Halimi, morto em 2006 aos 23 anos após ser sequestrado e torturado, também foi profanado. Uma árvore plantada em sua homenagem no local onde ele foi encontrado pouco antes de morrer foi cortada ao meio.
Nos últimos dias, os manifestantes do movimento dos "coletes amarelos", que realizam uma série de protestos contra o governo Macron, vêm sendo acusados de antissemitismo. Imagens de vídeo mostram o escritor judeu e sobrevivente do Holocausto Alain Finkielkraut cercado por vários membros do grupo sendo alvo de abusos e xingamentos.
Uma pesquisa apontou que quase a metades dos apoiadores dos coletes amarelos acredita que exista uma "conspiração sionista" global e em outras teorias conspiratórias. O antissemitismo na França é atribuído à extrema direita, mas também se espalhou entre extremistas pró-palestinos e indivíduos radicalizados em algumas comunidades muçulmanas do país.
RC/rtr/afp/cp
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