Reforma tributária
Para Mansur, não se pode esquecer da reforma tributária. Ainda que Maia tenha descartado o tema ao afirmar que o Brasil perdeu o “timing” para alterar as regras para cobrança de tributos e impostos.
Mansur concorda que a matéria é difícil por tocar em recursos de estados e municípios, mas que haverá calendário para votar esses temas, mesmo em ano eleitoral. “Não são só os governadores que gritam, há grita também dos municípios e dos representantes na Câmara e no Senado. A gente vai tentar votar aquilo que for possível”, afirmou ao Congresso em Foco o vice-líder do governo e um dos principais aliados de Temer na articulação com a base na Câmara. Já Maia avalia que uma reforma serviria apenas para aumentar ainda mais a carga tributária brasileira, quando o país deveria baixar sua tributação. Só assim, na opinião dele, o Brasil poderá acompanhar as economias mais competitivas do mundo.
Segurança
Mansur e Maia concordam na gravidade do problema da segurança pública no país. Mansur afirma que o sistema carcerário no país está “falido”, com organizações criminosas dominando o sistema prisional. Contudo, ressalva, a questão exige cuidado. “A gente vai ver o que é possível mexer para poder minimizar essa influência grande desses grupos criminosos dentro do país”. Maia já tinha dito que as penitenciárias brasileiras se tornaram o “QG do crime” e trabalharia com projetos para combater o tráfico de drogas e armas, criar integração do sistema de segurança em todo o país e no estatuto do desarmamento. Para o presidente da Câmara, é inevitável rever o estatuto do desarmamento, que não cumpriu o papel que deveria ter cumprido, mas que a revisão não deverá garantir porte de armas, e sim posse e “com todas as restrições possíveis”.
Primeira semana
Com a abertura do ano legislativo nesta segunda (5), o relator da reforma da Previdência deverá apresentar mais uma versão do texto nesta terça (6). Segundo o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, mais uma emenda aglutinativa com as contribuições feitas ao texto será apresentada neste dia. A expectativa do governo é votar o texto após o carnaval, entre os dias 19 e 21 de fevereiro.
Também na terça, os deputados devem começar a debater duas MPs prestes a vencer. Uma delas é a Medida Provisória 800/17, que estende o prazo para investimentos nas rodovias federais pelas concessionárias que as administram. Câmara e Senado precisam votar a MP, que permite reprogramação de investimentos que deverão ser regulamentados pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, até 26 de fevereiro. Já a MP 801/17, da renegociação das dívidas dos entes federativos com a União, vence em 28 de fevereiro. A matéria facilita que estados e municípios possam negociar suas pendências, aliviando regras como a regularidade junto ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); cumprimento das regras dos regimes próprios de previdência e regularidade no Cadastro Informativo de créditos não quitados do setor público federal (Cadin). Na quarta (7), os deputados devem votar acordos internacionais. Há ainda 19 vetos presidenciais para que o Congresso analise, mas a sessão deve ficar apenas para o dia 20 de fevereiro.
ISABELLA MACEDO
Marcelo Camargo / Agência Brasil
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