A Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) realiza no dia 26 de janeiro, às 10h, uma demonstração prática sobre a enxertia de castanha-do-brasil. O plantio da muda será feito em vasos (viveiro) e no solo (campo), no município de Várzea Grande, na Comunidade Souza Lima, no viveiro do proprietário Arnold Luyten. O objetivo é mostrar para aos técnicos e agricultores a tecnologia adequada para o sucesso do cultivo da castanheira. Atualmente não existe muda enxertada de castanha com enxerto em recipiente de saco plástico ou vaso disponível no mercado. O pesquisador da Empaer, Eliazel Vieira Rondon, informa que toda tentativa de enxertia não teve sucesso. E explica que serão realizadas duas modalidades de enxertia, uma em placa com a gema intumescida e a outra pelo método de garfagem onde parte de um galho sem folha é introduzido no caule da muda em forma de cunha e amarrada com fita plástica transparente. “Após 15 dias do plantio será feito a decapitação do cavalo para forçar a brotação do enxerto. Depois de 30 dias, vamos avaliar e conferir a melhor técnica aplicada”, salienta. Para enxertia da castanheira será utilizado o clone “Manoel Pedro I”, do jardim clonal do campo experimental da Empaer, localizado em Rosário Oeste. Desde 1993 são realizadas pesquisas e já foram introduzidos no mercado oito materiais genéticos para plantio da castanha-do-brasil no Estado. O pesquisador explica que os trabalhos da Empaer vêm priorizando a seleção de material promissor, visando o melhoramento genético para aumento da produtividade e da qualidade das castanhas. A castanheira pode ser propagada por sementes ou por enxertia. Para estimular a produção de castanha-do-brasil, a pesquisa desenvolveu técnicas de produção de mudas em menos tempo e com mais qualidade. A castanheira clonada produzida no campo experimental foi obtida por meio de processo de enxertia de gema. Esse tipo de enxerto é realizado quando a planta já está no campo, após um ano de plantio. “Duas vantagens das plantas enxertadas são a precocidade de produção e o baixo porte. Ao contrário das castanheiras comuns, não enxertadas, que apresentam porte alto e geralmente começam a produzir a partir dos 14 anos de plantio”, esclarece. Segundo os resultados de pesquisa em Rosário Oeste, a floração começou aos cinco anos e somente aos sete anos os primeiros frutos vingaram. Foram realizados experimentos com 30 espécies florestais no município de Sinop, sem exertia, que frutificaram após 14 anos, e em Juína os primeiros furtos enxertados floresceram aos quatro anos.
Sistemas agroflorestais
De acordo com Eliazel, a castanha é uma espécie promissora para a formação de sistemas agroflorestais, pela qualidade de sua madeira e pouca incidência de pragas e doenças, sendo um importante componente para reabilitação de áreas abandonadas e degradadas. As amêndoas são fontes de proteínas, carboidratos, óleo e selênio. A castanheira-do-brasil é encontrada nos estados de Roraima, Rondônia, Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Maranhão e Mato Grosso. É uma das espécies mais altas da Amazônia, podendo atingir até 50 metros de altura. Desempenha papel importante na renda de milhares de famílias residentes na floresta, ou em áreas próximas, que realizam o extrativismo e a comercialização dos produtos.
Rosana Persona | Empaer MT
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