Em desfile militar, Forças Armadas iranianas apresentam míssil balístico com alcance de dois mil quilômetros. "Não precisamos da permissão de ninguém para defender a nossa pátria", diz presidente. As Forças Armadas do Irã exibiram, nesta sexta-feira (22/09), um novo míssil balístico com um alcance de dois mil quilômetros durante um desfile militar em Teerã, apesar das advertências dos Estados Unidos contra o programa armamentista do país. O míssil, nomeado Jorramshahr, é capaz de transportar múltiplas ogivas, de acordo com o general de brigada, Amir Ali Hajizadeh, citado pela televisão estatal. Hajizadeh, comandante da divisão aeroespacial da Guarda Revolucionária, explicou que o míssil é de "um tamanho menor e mais tático e estará operacional num futuro próximo".Este novo avanço militar ocorre, apesar da recente imposição de Washington, em meio a várias rodadas de sanções contra entidades e indivíduos iranianos ligados ao programa de mísseis de Teerã. O presidente iraniano, Hassan Rohani, afirmou que seu país aumentará sua capacidade militar e reforçará seus programas armamentistas, incluindo o de mísseis. "Queiram ou não, vamos reforças nossas capacidades militares, necessárias em termos de dissuasão. Não precisamos da permissão de ninguém para defender a nossa pátria", disse Rohani, durante um desfile militar em Teerã em comemoração ao início da guerra entre Irã e Iraque, em 1980. "Vamos desenvolver os nossos mísseis e também as nossas forças aérea, terrestre e marítima." O Irã desenvolveu um vasto programa balístico nos últimos anos, o que levou os Estados Unidos, mas também a Arábia Saudita – principal rival na região – e alguns países europeus, como França, e também Israel a manifestarem suas preocupações. O Irã sempre defendeu que seu programa militar é apenas defensivo. A tensão entre Teerã e Washington ficou evidente nesta semana, na Assembleia Geral da ONU, na qual o presidente americano, Donald Trump, fez duras críticas contra os programas militares da República Islâmica e o acordo nuclear assinado em 2015 entre Irã e seis grandes potências mundiais. O presidente americano chamou de vergonhoso o acordo nuclear e disse que seu governo pode abandoná-lo se suspeitar que ele "proporciona cobertura para uma eventual construção de um programa nuclear". "Francamente, esse acordo é uma vergonha para os EUA, e não acredito que os senhores tenham ouvido a minha última palavra a respeito", disse Trump, que definiu o Irã como uma "ditadura corrupta" que tenta desestabilizar o Oriente Médio. Ele pediu ao governo em Teerã para que pare de "financiar o terrorismo".
Na quarta-feira, o presidente do Irã usou seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas para rebater as críticas de Trump. "Seria uma grande pena se esse acordo [nuclear] fosse destruído por corruptos recém-chegados ao mundo político. O mundo perderia uma grande oportunidade", afirmou.
"Ao violar seus compromissos internacionais, a nova gestão americana só destrói sua própria credibilidade e mina a confiança internacional em negociar com o país ou aceitar sua palavra ou promessa", conclui Rohani.
PV/lusa/efe/ap/rtr/afp/cp
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