Antes de embarcar no voo da Lufthansa LH 8415 no dia 23 junho de uma cidade próxima a Pequim, o casal de pandas ficou em quarentena e, ao chegar a Berlim, também foi mantido alguns dias isolados antes de ser apresentado ao público.
Desde a morte de Bao Bao, em 2012, não havia mais pandas em zoológicos alemães. Bao Bao viveu 32 anos em Berlim e foi um presente do governo da China ao então chanceler Helmut Schmidt, em 1980. Além dele, chineses presentearam os alemães com a panda fêmea Tjen Tjen, que morreu em 1984.Três anos após a morte de Bao Bao, Merkel anunciou, durante uma visita à China, as negociações entre autoridades chinesas e o Zoológico de Berlim para trazer um novo panda para a Alemanha. Depois de dois anos de conversas, a cidade recebeu dois exemplares, mas desta vez pagará 1 milhão de dólares por ano pelo empréstimo, ou seja, 15 milhões de dólares ao todo.
Além disso, Berlim investiu ainda cerca de 9 milhões de euros na construção do espaço que abrigará o casal. A obra precisou seguir à risca as orientações do governo chinês, que visam o bem-estar dos animais. A nova jaula possui mais de 5 mil metros quadrados, divididas em dois espaços externos que reproduzem a paisagem tibetana.
Além disso, ativistas ambientais afirmam que pandas não se adaptam à vida confinada e destacam que os outros dois pandas que viveram em Berlim tiveram transtornos alimentares.
Mesmo com as polêmicas, Meng Meng e Jiao Qing devem fazer a alegria dos visitantes do zoológico nos próximos anos. Os pandas continuam, porém, pertencendo ao governo chinês. E se eles tiverem filhotes por aqui, estes também serão propriedade da China.
Pequim afirmou que o dinheiro recebido pelo empréstimo será revertido para a proteção do habitat da espécie no país, para pesquisas de conservação e despesas administrativas. Os pandas estão ameaçados de extinção. Estima-se que apenas cerca 2 mil exemplares existam no mundo.
Clarissa Neher é jornalista freelancer na DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, publicada às segundas-feiras, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.
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