O deputado Rocha Loures e o senador Aécio Neves foram citados em gravações feitas por empresário; o presidente da República, Michel Temer, também foi envolvido.
A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira (18), por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), uma operação de busca e apreensão no gabinete do deputado Rocha Loures (PMDB-PR) na Câmara e em imóveis dele. A PF realizou ações semelhantes no gabinete e em imóveis do senador Aécio Neves (PSDB-MG).
A assessoria de Rocha Loures informou em nota que o deputado “está em Nova York, onde proferiu palestra sobre a política brasileira a um grupo de investidores internacionais”. Em seu retorno, previsto para hoje, “o deputado deverá se inteirar e esclarecer os fatos divulgados”.
Segundo o jornal O Globo, Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, entregou ao Ministério Público Federal gravação em que “o presidente Michel Temer, em março, dá aval para o empresário comprar, com mesadas, o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do operador Lúcio Funaro, ambos presos na Operação Lava Jato”.
Temer ainda teria indicado Rocha Loures para resolver um assunto de interesse da JBS. Segundo o jornal, o deputado, assessor especial de Temer entre outubro de 2016 e março último, foi filmado pela Polícia Federal recebendo R$ 500 mil enviados por Joesley Batista. Nesta manhã, a PF esteve no gabinete de Loures na Câmara, em uma operação de busca e apreensão de documentos.
Em nota, o presidente Michel Temer reagiu ao noticiário e declarou que “defende ampla e profunda investigação para apurar todas as denúncias veiculadas pela imprensa, com a responsabilização dos eventuais envolvidos em quaisquer ilícitos que venham a ser comprovados”.
Outra filmagem
Ainda segundo o noticiário, a PF filmou ainda a entrega de R$ 2 milhões, pela JBS, a um intermediário de Aécio Neves. O senador disse em nota estar “absolutamente tranquilo quanto à correção de todos os seus atos”. Por determinação do STF, nesta manhã a PF prendeu Andreia Neves, irmã do senador.
Joesley Batista, que também mencionou o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, e seu irmão Wesley estariam negociando com a Procuradoria Geral da República um acordo de delação premiada. Já teriam confirmado as declarações ao ministro Edson Fachin, responsável no STF pela Lava Jato.
Da Redação
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