Existem hoje no Brasil 1.300 campi universitários, sendo 900 públicos e o restante, privado. O ex-ministro da Fazenda Paulo Roberto Haddad destacou que universidades e centros de ensino superior podem gerar projetos locais de promoção industrial.
Ele participou de palestra sobre “Modelo integrado de desenvolvimento regional: ciência e tecnologia”, promovida pelo Centro de Estudos e Debates Estratégicos (Cedes) da Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (30).
Especialista em Ciências Econômicas, Haddad também afirmou que, para haver desenvolvimento, é preciso haver inconformismo e participação da sociedade no desenvolvimento de soluções.
Segundo o ex-ministro, o Brasil é um mosaico de regiões e está crescendo nas áreas industrializadas, nas áreas de agronegócio e nas regiões petrolíferas. Enquanto isso, municípios do Nordeste e do Norte brasileiro têm PIB per capita mais de 30% menor que a média brasileira.
“O capitalismo sabe crescer, mas não sabe dividir”, observou. Ele considera essencial a inovação tecnológica e a promoção de arranjos produtivos locais para o desenvolvimento das regiões brasileiras.
Centros de desenvolvimento
A palestra faz parte de estudo proposto e relatado pelo deputado Vitor Lippi (PSDB-SP). A ideia do deputado é formular propostas e construir metodologias para que as universidades possam ser centros de planejamento e desenvolvimento local regional.
Lucio Bernardo Jr.
Vitor Lippi: só podemos melhorar a produção e geração de riqueza por meio do conhecimento
“Só podemos melhorar a produção e geração de riqueza por meio do conhecimento”, disse. “A universidade tem o conhecimento, os jovens mais bem preparados e tem perenidade – algo essencial para o planejamento”, acrescentou. Segundo Lippi, hoje existem no Brasil 1.300 campi universitários, sendo 900 públicos e o restante, privado.
Integração aos setores produtivos
O deputado licenciado Ariosto Holanda propôs a criação da “sociedade universitária para estudos regionais”, para integrar as universidades aos setores produtivos. Já o representante da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Carlos Frees, afirmou que as universidades brasileiras devem ser centros de experimentação e de desenvolvimento de projetos estruturantes.
Para o vice-presidente da Associação Nacional de Promoção de Empreendimentos Inovadores, José Alberto Aranha, por sua vez, as universidades podem preparar lideranças locais para promover os arranjos produtivos dessas regiões específicas. “O locus do desenvolvimento é a cidade”, observou.
A técnica da Confederação Nacional dos Municípios, Zione Assis, salientou que o foco no desenvolvimento local depende da questão financeira. “Algumas cidades não têm internet ainda”, lembrou.
Reportagem – Lara Haje
Edição – Newton Araújo
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